"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

orange&vertical mood



Az, colecção auto-retratos


sim, é verdade, voltei a acender o cigarro pelo filtro. e nem sequer foi a chuva a distrair-me. talvez, tenha sido culpa do isqueiro. morreu na minha mão logo a seguir. último sopro de chama. talvez tenha sido a melancolia dos tindersticks. ou os espaços vazios entre estas paredes. talvez o parágrafo inacabado que não me sai da cabeça. talvez o absurdo de já não te pensar como antigamente. sabes, não comentes isto muito alto, mas gosto de mentir quando escrevo. as mentiras acumulam-se como beatas em cinzeiros esquecidos sobre as mesas de café. tenho 300 páginas de mentiras por construir nos próximos meses. dissertação sobre a mentira. eis o que me proponho fazer, entre teorias sobre uma modernidade que de tardia só a chama de um isqueiro morto entre as mãos.

caio horizontal-mente na urgente resposta à tua fuga.e isto nem sequer se assemelha a um ponto final.

terça-feira, fevereiro 27, 2007


Az


As formigas ainda não se deram conta da doçura dos bolsos, de um pacote de açúcar esquecido depois do café.

Os pequenos prazeres. Lembras-te?

mais -ismos...



ascendente em caranguejo
sol em capricórnio
lua em carneiro
mercúrio em aquário
vénus em sagitário
marte em gémeos
júpiter em carneiro
saturno em leão
urano em escorpião
neptuno em sagitário
plutão em balança


isto e muito mais nesta linguagem.
o meu mapa astral. entregue em mãos por alguém que sabe tanto disto como de tango.
acho que estou num dilema: ler estas páginas de determinismos astrológicos ou dedicar-me às leituras para a minha tese!!

domingo, fevereiro 25, 2007

Bifurcação


Az

sábado, fevereiro 24, 2007

na falta de pele, ando a deixar nascer a chuva por entre os dedos.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007


Az

esvaziei os bolsos para me caberes dentro.

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Com o tempo todas as árvores recitam o vento na linguagem com que os teus lábios reinventaram os nomes e os verbos sobre a minha pele.

Não te desculpes.

Olha-me por dentro.


Az

a fotografar...

um não lugar que gosto sempre de apreciar nas minhas idas a Lisboa são as máquinas de tirar bilhetes no metro: TOQUE-ME, pedem desesperadamente.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

maior disponibilidade para um abraço. eis a principal mudança que observo em mim, nos últimos tempos.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

voyage, voyage



sortudo, Annecy parece-me uma cidade muito bonita, assim à distância de uma fotografia!
desconfio que vou escrever-te longas cartas, a falar da minha vida e da dos outros. relatos dos meus amores e desamores, dos meus projectos, da casa, dos gatos, das ruas das nossas cidades... das noites de copos e kinks. do sabor dos cigarros que ando a fumar. das piadas no café da esquina em noites de futebol. vou pedir ao nando que te prepare, de vez em quando, uma francesinha. é capaz de ficar bem em papel de carta...
chama-me. não te esqueças de me chamar. em qualquer altura. já rompemos todas as cordas. já aprendemos a linguagem dos abraços.

vou escrever-te longas cartas.
esta é apenas a primeira.e já fala de saudade.

o sorriso fica-te sempre bem. sorri.

beijo,
até breve



desalinha-me os dedos. escorre-me o abecedário das cores sobre a pele.

vol.ta.

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

s.em sen.ti.do

ain.da assim. vou.ainda a.ssim. fico.
ven.to. canção. agarro-te a mão. por aí. per.co. perco.me.
sabes de cor a língua e o tro.vão. lu.me.cais.
e bar.co.não na.do. descul.pa. chiclete. sal. o t.eu pêlo. penso. sentido. não fa.ço. não sei horas. ainda.a.ssim. vou.respirar.te. a.manhã. dás.me a m.ão?


margarida delgado

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

NEVER-ENDING DAYS




Two thousand words, two thousand lies
It's just a veil over my eyes
And all my friends feel just like I do
And all my friends are sad

The night comes down, I fall asleep
And hope to vanish at highspeed
For all my friends feel just like I do
And all my friends are sad

So leave me crying
And leave me singing
About the never-ending days
So leave me homeless
And leave me naked
I'll stand the never-ending days without you


Maximilian Hecker

melodias de outono no caminho para a primavera

terça-feira, fevereiro 13, 2007

Dá-me os teus cabelos
Deita-os na almofada
Estende-os no meu colo

O vento cala-se

Um dia os meus dedos murcharam ao sol

E eu nem sequer sabia de cor o teu nome

Esqueci-me de o apontar na agenda onde guardo tudo aquilo
De que não me quero lembrar
o coração de papel andou à chuva e molhou-se.

só por isso vou ouvir perry blake.

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

meu irmão, meu petit prince

a casa. a casa era azul. ou cor-de-rosa. talvez fosse laranja. a casa tinha luz e gatos. tinha escadas. um cigarro pousado na beira da varanda. tinha livros e revistas. prateleiras de música e de palavras. poemas estendidos na corda da roupa. a casa tinha os teus olhos. os teus cabelos deitados na almofada. o teu sono colorido nos braços da noite. a casa tinha duas estrelas dependuradas no tecto. roubadas à chuva num anoitecer de camisolas e calças molhadas. de sapatos a pingar de saudades. a casa tinha aquele abraço. a tua voz a dizer gosto muito de ti. a casa tinha uma porta, sem tapete na entrada. guardavas a chave no bolso para te esqueceres dela. eu sei. tu ensinaste-me. ganhamos sempre em perder. e eu nem sequer perdi. reencontrei-te.

sabes? a casa. nem sequer é minha. é tua. porque nela abriste os braços e deixaste-me ficar. a casa. é tua.

volta.

domingo, fevereiro 11, 2007



colecciono mapas.

sábado, fevereiro 10, 2007

SaUdAdE

instead of a full stop,
A comma,


monica santos

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

– De qualquer modo – afirmei – pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objectos.

Alegoria da Caverna, Platão

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

já se sabe: um azar nunca vem só. brindar com água dá azar. partir espelhos dá azar. uma infinidade de coisas dá azar. e depois inventam-se os antídotos, as rezas, as velinhas, os rituais... não sei a que antídoto me esqueci de recorrer. rezar, não tenho rezado muito ultimamente. e nunca gostei de rituais. velinhas, só mesmo as de aroma, ou aquelas romanticamente acesas numa noite qualquer. já se sabe: não há mal que sempre dure, nem sorte que nunca acabe. talvez seja ao contrário. gosto de inverter os provérbios. sorte no amor, sorte nas finanças lá diziam as cartas. o ano ainda agora começou. e, pelo sim, pelo não, esta semana vou jogar no euromilhões. e talvez consiga encontrar tempo para ir beber um copo e ficar a acender e a apagar estrelas. sempre são mais autênticas do que as velas.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

à espera de azul onde me perder...

sábado, fevereiro 03, 2007

deixa-me arrumar o corpo à margem esquerda do teu e escutar-te o silêncio por entre a folhagem.


Az

sexta-feira, fevereiro 02, 2007


Az

há lugares desnecessariamente banais
como a chávena pousada na mesa do café
o cigarro a arder no cinzeiro
o guarda-chuva a pingar na entrada da porta
ainda assim lugares de uma futilidade poética
a roupa colorida nos estendais
o gato a saltar de muro em muro
o lenço amarrotado no bolso
as luvas caídas no chão
lugares assim
de mais um dia
de mais um olhar

de pouco mais que um adeus

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: