"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, junho 30, 2007



az

a lua de ontem + acrobata Teresa

Minor White

não há nada de enternecedor nas gaivotas
a não ser quando lhes pouso o olhar
e uma asa parece levar-me
cidade fora
na direcção do rio


*Último post de Junho. Regresso em Julho - já amanhã, portanto - com um estilo completamente diferente. Sem fotografias a preto e branco. Sem poemas, nem pensamentos obscuros. A cadência mais depressiva dos últimos tempos vai ser contrariada por um mês inteiramente dedicado ao riso. Não tenho ainda nenhuma ideia de como irei injectar um espírito mais leve por aqui, até porque - e já tive esta discussão tantas vezes - para mim há tanto de belo na tristeza que não consigo abstrair-me dela. É um estado de alma como outro qualquer. Hum...tenho pena de não ter fotografado ontem à tarde o "emplastro" no palco montado pela Rádio Festival na Avenida dos Aliados...Seria um episódio cómico o suficiente para Julho começar...

sexta-feira, junho 29, 2007

Espero que tenham reparado na lua, ontem à noite. Eu fiquei, parada na rua, a olhá-la pelo intervalo das casas e dos telhados.Via-lhe na perfeição as veias escuras. Quis falar-lhe, aproximar-me, mas não tinha já mãos, a não ser no calor dos bolsos. Estava frio ontem e guardei-as como no Inverno. Ontem, também como no Inverno, apercebi-me que os corações andam confusos, perdidos, vazios. Enterram-se promessas, paixões, amores... E arrefecem-me as mãos ao sabê-lo. Talvez tenha que optar por faltar a um ou outro funeral...Desculpem.
Não fotografei a lua. Descobri-a depois, mais tarde,na minha janela. Ouvia-se o vento. Os gatos saciavam a fome e a sede. E eu tinha toda uma noite pela frente. Para aquecer as mãos.
Mas a lua...a lua levei-a comigo. Para dentro do meu quarto e guardei-a no reflexo do espelho. Candeeiro de Junho.
Não sei porquê mas ainda bem que Junho está a chegar ao fim.

Bill Brandt

estou bem obrigado
não tenho nada a dizer.

é noite oiço os carros
daqui vejo o mar e
posso escrever-te em sossego
acendo um cigarro
imaginário ponho-me a pensar
entre o fumo das ideias.

vou ficar aqui à espera que
batas à porta não sei
afinal de contas não existes
ou melhor existes
à custa de eu querer fazer-te existir.

Pedro Lúcio, luminoso ninguém

quinta-feira, junho 28, 2007


Diane Arbus

"A photograph is a secret about a secret. The more it tells you the less you know".

Diane Arbus

quarta-feira, junho 27, 2007

Change your heart, look around you...



Clementine:
This is it, Joel.
It's going to be gone soon.
Joel: I know.
Clementine: What do we do?
Joel: Enjoy it.



Joel: I don't see anything I don't like about you.
Clementine: But you will! But you will, and I'll get bored with you and feel trapped, because that's what happens with me.
Joel: Okay.
[last lines]
Clementine: Okay.
Joel: Okay.


recolhido daqui


Gosto tanto do Joel. Às vezes, sou parecida com ele.

Az, Santiago-Finisterra,20-23 maio 07

Escolher 5 minutos das 3 horas de cassete é tarefa complicada mas acho que já encontrei o meu filme... Corcubión! Até a música escolhida pelo Sr. Florentino faz todo o sentido!
E não sei porquê...mas acabei por me lembrar de outro filme. Talvez por causa da memória selectiva.

light -year


Bill Jacobson


vê bem
o despertador tocou e não fui
permiti que a hora de sempre escapasse
que me fugissem as janelas
uma a uma
tenho uma cidade a arder dentro de mim
e não bebo para matar esse fogo
queimo-me
trago todas as guerras para aqui
não páro nas pontes nem nas janelas
contrario os abismos
quero perder todos os combóios
mas bem que podias entrar agora na minha vida
bem que podias surpreender-me e saires do meu ângulo morto
bem que podias dizer-me que não há minutos
apenas pétalas e conchas
algas
o meu luto hoje é a tua ausência
e ninguém percebe nada de nada
nem eu
tantas vezes me confundi
mas o meu luto hoje é a tua ausência
tu que nem sequer sabes que é também para ti que falo
tu ontem tu até qualquer dia tu cheguei
sabes que mais as pessoas só gostam de nós porque lhes dizemos sim
as pessoas gostam de nós como seres amorfos vazios superficiais
a facilidade atrai mais do que uma teia de silêncios
300 kms são séculos acredita
100 metros são milhares de anos-luz
eu quero ser um ponto invisível no espaço
e continuar a dizer não mesmo que isso signifique perder-te
a ti a ti a ti a ti a ti e a ti
mesmo que isso signifique perder-me
nunca mais abismos de mentiras
nunca mais
diz
eu vou só ali
em pétalas talvez duas ou três
nem um minuto
percebes
nem um minuto
entre mim e ti
nem um minuto
só não me apetecem janelas
hoje não
o despertador até tocou

mas teria preferido uma pata de gato na face
ou um ronronar a nascer-me por entre os cabelos

e há qualquer coisa aqui que não me soa bem
mas a culpa é dos pronomes

de certeza
dos pronomes*


*ontem à noite, assisti a um desenrolar de conversa entre loucos. enquanto um dizia que se tivesse uma cápsula de cianeto se suicidava, outro dizia qualquer coisa como "as mulheres de hoje são muito estúpidas. não querem parir e depois quando chegam aos 50 e aos 60 têm logo 5 ou 6 filhos de uma só vez". entre muitas outras coisas que não vale a pena reproduzir. mas de certeza que isto me afectou.

terça-feira, junho 26, 2007


Joyce Neimanas, face lift

az

Não é um girassol de Van Gogh. É o meu. E está a crescer de tal forma que já tive que lhe amarrar o pé a um ponto de apoio. Parece que os girassóis têm apenas um ano de vida. Espero que este chegue lá.

Obrigada Ka por este verdadeiro sol.

segunda-feira, junho 25, 2007


Az,S.João, Porto

Bea Nettles, floating fish fantasy


coube demasiado ruído nestes dias. soube agora que, afinal, devia ter guardado, pelo menos, um minuto de silêncio por ti.

começo a acreditar num certo karma de família associado ao cromossoma XY.

sábado, junho 23, 2007

eu ia fazer um post enorme que começava por dizer que este blogue nunca foi sobre mim. que nunca falo sobre mim. depois falava de outros verões, de outras gentes, do alentejo, dos girassóis, dos laços que perduram, não pelo sangue (nada se guarda nas veias)mas pela fome do coração. falava da estranheza de fazer do "love will tear us apart" o momento alto das minhas noites no mercedes. falava do senhor habitual que costuma aqui entrar, a falar-me de poemas em livros, a querer dizer-me alguma coisa sugerindo-me a leitura de determinada página. o mesmo que me diz "agora cada vez que oiço kings of convenience lembro-me de si, quando estava ali a escrever o seu diário com os olhos levemente humedecidos". achei-lhe piada. acho-lhe sempre piada.
mas depois a mary entrou aqui e ofereceu-me um manjerico e eu fiquei sem nada para dizer. ainda assim, acho que ela continua a não perceber por que é que os manjericos me comovem.

sexta-feira, junho 22, 2007


az

insisto nas janelas
porque também se vive assim
em restos de nuvens
de cidades que não dormem sem azul

quinta-feira, junho 21, 2007

que espécie de generosidade é esta, a de oferecer um cigarro a quem no-lo pede como quem pede esmola?

Az

um dos pormenores mais bonitos da minha janela, companheira de viagem do olhar.

quarta-feira, junho 20, 2007



vou comprar. estou a precisar de decorar a secretária e o computador...

terça-feira, junho 19, 2007


Bill Brandt
Train Leaving Newcastle,1937



as janelas são os nossos melhores companheiros de viagem.

Dia Não

Finalmente, sintonizo sem grandes interferências a Rádio Universitária do Minho. Dou-me conta que estou sentada em frente do computador há horas, a olhar para o documento de word aberto e não consigo escrever uma linha. Disperso-me. Reparo em todos os pormenores ridículos à minha volta. Os retalhos de jornais nas paredes, as folhas caídas das plantas na varanda, os pedaços de céu por entre as cortinas, os recortes dos telhados... Penso mais uma vez: não sou capaz. E penso muitas outras coisas que não ouso publicar aqui. E sou salva pelo telefone que toca. O diálogo interior pára. São impressionantes os argumentos que os meus amigos usam para me convencer de que sou capaz de terminar esta merda, ou que tenho que o fazer: "a bolsa é o teu sustento", "vai-te dar realização pessoal", "é normal haver fases de maior desmotivação" (qual fase?!), "tens capacidade para acabar a tese", "tens tempo para fazer o que te falta"..."vai dar uma volta, não insistas se estás em dia não" e por aí fora. Podia acrescentar, o famoso argumento "vais desiludir muita gente"...
Ufa, estou muito mais aliviada! Devia estar louca quando pensei que esta era a alternativa mais interessante que me restava, quer em termos pessoais, quer profissionais.
Vou mesmo sair daqui que isto hoje não rende nada a não ser aumentar o meu desespero!

E isto tudo é culpa dos gatos, que adoro, mas que não me deixaram dormir e agora estão como anjos no sofá. Malditos!

Ah, e não respondam, por favor!

Falem-me antes das formigas, ou das poças de chuva de Junho, do alerta amarelo, da discussão sobre o novo aeroporto de Lisboa, das vossas aventuras amorosas, do último filme que viram, do último livro que leram (desde que não tenha nada a ver com Sociologia!), do concerto que querem ir ver, da viagem que fizeram, da que vão fazer (Mary vou fugir contigo para Londres!), do S.João, das sardinhas...

Eu agora vou-me mesmo embora. E peço desculpa por pedir desculpa pelo desabafo.

F*
Hoje para ouvir seleccionei música portuguesa:

Apontamento (2005) - Margarida Pinto
A grande mentira (2006) - Balla
Casino (2001) - Casino
Dá-me Lume (2000) - Jorge Palma
Vários - compilação de fados
AM-FM (2004) - The Gift
Alma Mater (2000) - Rodrigo Leão
Twice the umbling sun (2005) - Old Jerusalem



Margarida Pinto - Apontamento

Minor White
the three thirds


de Junho sei o regresso do Inverno
tomba tarde dentro em chuva e
deixa um arrepio de vento na pele
o casaco pendurado na última esquina de sol
à porta o letreiro permitida a entrada a cabelos molhados
e a tua mão de encontro à minha
- quase posso imaginá-la
tão forte quanto a tempestade que agora se precipita
sobre o telhado e janelas
deste último andar
recuado

música de fundo: tempestade de domingo

segunda-feira, junho 18, 2007

(Quase) Improvável

Talvez porque nos últimos dias me ando a debater com teorias sobre a imprevisibilidade associada às acções dos indivíduos, lembrei-me do livro do Paul Auster - o caderno vermelho -, onde ele descreve uma série de episódios que remetem para a velha máxima "nada acontece por acaso", ainda que não saibamos, frequentemente, explicar o significado dos acasos com que nos deparamos diariamente. Há coisas tão improváveis que nos arrepiam quando se nos atravessam na nossa rotina. Havendo acasos mais comuns do que outros, podíamos dar-nos ao trabalho de construir uma escala de intensidade dos mesmos. Sinto-me tentada a faze-lo futuramente com os meus. Anotá-los num caderninho - preto, para não variar - assinalando o respectivo grau de ocasionalidade: muito frequente, frequente, pouco frequente, raríssimo...
Interrogo-me se ter mudado de uma cidade maior para uma cidade mais pequena fez disparar o número de acasos e a sua intensidade. Arrisco-me a formular a hipótese da escala geográfica não interferir grandemente com a ocasionalidade, a não ser no facto de que, ao considerarmos uma escala geográfica mais alargada, sentimos o acaso raríssimo como ainda mais raro.
Recordo-me de estar já a viver no Porto e de me ter deslocado a Lisboa de carro. Numa das minhas deambulações pela cidade, ao passar por uma das confusas rotundas da capital, cruzei-me com a viatura de uma amiga do Porto - reconheci-a pela matrícula - que me havia ocultado a sua ida a Lisboa. Acabei por buzinar-lhe e tomámos um café que lhe valeu uma multa de estacionamento.

Há acasos que consideramos tão improváveis que chegamos a duvidar deles. Aconteceu-me isso recentemente. Preferi encontrar uma desculpa que o invalidasse do que acreditar na sua completa veracidade. A história foi, mais ou menos assim: Esperava de madrugada a chegada de uma amiga que regressava de um concerto em Coimbra e me havia pedido dormida. Dissera-lhe para me dar um toque para o telemóvel quando estivesse à porta do prédio, em vez de tocar à campainha. Preferia ser acordada pelo toque do telefone. Na verdade, acabei por arranjar o que fazer e esperei-a bem acordada. Próximo da hora em que ela chegaria, o meu telefone tocou. No visor, o nome de alguém improvável, com quem, por acaso,até me havia cruzado nessa noite, o que já por si só constituía um acontecimento raro! Guardara o seu número por meras questões profissionais. Atendi o telefone com desconfiança. Do outro lado, a voz confirmou-me que estava com uma amiga minha que não tinha saldo no telemóvel e se esquecera do número da minha campainha. Não lhe reconheci a voz. A pessoa obviamente não fazia ideia com quem estaria a falar. Abri a porta algo incrédula e contei à minha amiga o sucedido para ela me dar a descrição da pessoa com quem acabara de falar ao telefone. Havia características físicas que não coincidiam. Preferi acreditar que, por engano, havia guardado, sob um nome conhecido, um número errado que, por acaso, pertencia à pessoa que havia ajudado a minha amiga. Um dia depois, tinha a confirmação, através de outro amigo, que a pessoa com quem havia falado ao telefone naquela madrugada, cujo número fazia parte da minha lista de contactos, era, efectivamente, a pessoa que eu pensara ser improvável. Conclusão, ao duvidar de acaso tão raro tinha preferido complicar ainda mais a improbabilidade daquela série de acções.
Ainda não voltei a cruzar-me com a dita pessoa para lhe agradecer o favor que fez à minha amiga e nos rirmos um pouco do sucedido.

É por causa destas e de outras que a mentira tem perna curta e que não vale a pena andarmos por aí feitos avestruzes, a esconder a cabeça na terra...


******

Az

Faz hoje um ano que eu e o Simão nos conhecemos. Tinham-me dito que era o gato com o olhar mais bonito de toda a ninhada. Quando o vi, enroscado, tímido, pequenino, e a soltar um miar aflito, de quem havia sido separado de mãe e irmãos, e de espaço livre, senti um misto de ternura e de arrependimento. Apesar de tudo, acho que tem sido um gato feliz, ainda que lhe pressinta uma ponta de tristeza no olhar, mesmo quando me fita do alto do frigorífico e eu já sei que se prepara para fazer alguma asneira.
Gosto do calor dele, gosto que me aqueça o corpo como se fosse a minha mantinha de inverno, gosto quando encosta o nariz molhado à minha face a protestar por um carinho, gosto quando chego a casa chateada e ele se enrosca nos meus passos a distrair-me dos pensamentos... Gosto de o ver, assim, a dormir embrulhado à gata Teresa, como dois corpos que se encaixam perfeitamente, misturados na profundidade dos sonhos.

E pensar que há uns tempos seria improvável eu encostar a minha mão ao pêlo de um gato...

quinta-feira, junho 14, 2007

os dias e as noites deste século têm gritado tanto no meu peito que existe nele uma árvore miraculada

tenho um pé que já deu a volta ao mundo


Harry Callahan

os amigos que tive as mulheres que assombrei as ruas por onde passei uma só vez
tudo isso vive em mim para uma história
de sentido ainda oculto
magnífica irreal

***

sou eu meu bem sou eu partido de manhã encontrado perdido entre lagos de incêndio e o teu retrato grande!

Mário Cesariny (algumas linhas de Autografia)

quarta-feira, junho 13, 2007


Minor White


é ainda a ausência-
e sê-lo-á sempre
- até que outra mão desça sobre a inquietude da minha -
que faz da chuva a prioridade desta tarde

o olhar retém a sua transparência
ligeiramente inclinada ao vento

em oblíqua saudade
desvanece-se a cor das janelas

marcha popular

Acabei com o resto da tinta e o armário ficou pintado. Sem sardinhada, sem fado, sem marchas populares, sem ruas de alfama para calcorrear, mas com música de bailarico ao fundo da janela e tinta verde a confundir nariz, mãos e olhos, o meu santo antónio está-se a acabar. Tenho que ser sincera. Não gosto de confusões e nunca festejei verdadeiramente um Santo António! Recordo-me de um bem divertido em que esperei horas para jantar mas valeu a pena porque, apesar das sardinhas não serem grande coisa, tu e eu fartámo-nos de rir a noite toda e ainda mais com a palermice do vinho. Até acho que esse foi o único Santo António que festejei em Lisboa. Era mais habitual ir às festas de Reguengos, sempre com a última novidade pimba a actuar na praça principal da vila. A vantagem era clara: abraçavam-se os avós e os tios e substituíam-se os amigos pelos primos,em ruas menos povoadas de gente e de carros, numa noite quente de prenúncio de verão alentejano.

Passados estes anos todos, agarro a lata de tinta em vez de um copo de vinho e acompanho o miar dos gatos, às vezes tão irritante quanto as canções populares. Em vez de sardinhas, umas óptimas bolachas integrais que não sabem a nada.


*

Mas hoje é 13 de Junho. Fazes anos. Parabéns!
Data memorável. 119 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa. 24 anos sobre a morte de António Variações. 10 anos sobre a morte de al berto. E 2 anos sobre a morte de Eugénio de Andrade e de Álvaro Cunhal.

*
Guardo-me para o S. João...

terça-feira, junho 12, 2007

Uma sms do meu irmão a contar-me sobre a loucura das ruas de lisboa, os enfeites de santo antónio, os cheiros e os sabores, a espera da noite... acaba de justificar a comoção dos manjericos. Sou uma "emigrante" lamechas, com sentimentos mesquinhos, que sente saudades da "terrinha" apenas duas ou três vezes por ano: nas festas de cariz popular, no natal e quando ouve um bom fado lisboeta.

Quem me convida para uma sardinhada?!!
não sei porquê mas os manjericos nas ruas comovem-me...



Proteger do vento, da geada e do sol muito quente. Solo bem arejado e húmido. Semear em local aquecido.

bill brandt

DIANTE DO LAGO OHRID EM STRUGA

I - DE MANHÃ


Diante deste lago
tão vasto que parece um mar
oiço o leve ruído das suas pequeninas ondas
estirando-se na areia.

Um lago é uma água prisioneira:
só o mar atira para fora
para longe

Mas também o mar está preso à terra.

Ana Hatherly

segunda-feira, junho 11, 2007

tindersticks: traveling light

se tivesse que me desfazer de todos os meus cds, ia fazer de tudo para conseguir esconder esta faixa, nem que fosse debaixo da pele.


sábado, junho 09, 2007

4as em Lisboa #8







Az

lisboa, a cores e luz.

sexta-feira, junho 08, 2007

tempo de chegar a casa








fotos: Bill Brandt

quinta-feira, junho 07, 2007

hoje, por duas vezes, perguntaram-me se estava de luto. das duas vezes as pessoas em questão, meras desconhecidas, ficaram aliviadas perante a resposta negativa. no primeiro caso, a reacção foi: "antes gostar vestir de preto do que gostar de pretos." no segundo, tive que levar com a publicidade a uma loja dedicada a roupa e acessórios góticos. em ambos os casos, as pessoas em questão eram homens, com mais de 60 anos.

como "não há duas sem três" (e eu, cada vez mais, acredito na sabedoria popular) estou à espera da terceira!

nasces-me no novelo do corpo


egon schiele


(des)enlaço-me

terça-feira, junho 05, 2007

há sempre razões para se desconfiar dos regressos




Az

mãos ao relento, sede de um cigarro à solta no bolso, azul desfocado nos olhos...

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: