nem as luzes foscas numa névoa nórdica,
nem esse cais que entra por dentro da alma,
nem o bater de asas sem nada em volta,
nem as nuvens que se foram sem que chovesse,
nem um deus,
nem a mancha de ferrugem nos dedos,
nem a transparência da água:
o que vale a pena
é o ruído de vozes por entre o fumo,
o sol que rompe pelo inverno,
as ondas contra o limite das falésias,
um voo nítido e puro,
o tempo,
a erosão das margens,
o furor dos rios com a primavera.
E, ainda o teu riso
melancólico
quando a noite começa.
Nuno Júdice
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©Az
Ontem a minha lua estava assim, pousada no tecto da sala. E eu entretive-me a contar os pêlos dos gatos e a enrolar a língua em mortalhas para fumar tabaco com sabor a cereja.Apesar de tudo, detesto mon cherry.
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