"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

terça-feira, novembro 28, 2006

As aves de hoje


Az

Tendencialmente tristes,
as aves de hoje paradas no olhar.

O voo não chega
aos braços dos homens:
as asas ferem-lhes o rosto, cegam-nos.

Tendencialmente tristes,
os homens de hoje tiram penas
dos olhos.

Ficam comovidos e parados no olhar
das aves.

Ficam em terra.

Só um pássaro se anuncia,
veloz,
contra o céu.

Filipa Leal, A cidade líquida e outras texturas

3 comentários:

Anónimo disse...

A foto é fantástica...

ana c. disse...

a viagem de teleférico também foi

lebredoarrozal disse...

o poema é muito muito bom:)

Ontem foi:

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A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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