"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

segunda-feira, março 12, 2007

bastidores

As traseiras da minha casa fazem-me regressar à infância. Há uma senhora de chapéu a colher couves e a tratar das galinhas. Há perús à solta, moscas e mosquitos. Há um senhor, também de chapéu, a cuidar das árvores de fruto e da rega. Há pássaros e camélias a florir. Há barracões velhos, estruturas mais frágeis que legos. Há limões pelo chão. Tudo tem um aspecto tão pouco urbano que me esqueço que se sair de casa posso esbarrar na multidão anónima de cedofeita. E daqui, desta janela, onde ponho a desfilar as vozes que guardo em cds pirateados, viajo sempre no tempo. E apetece-me descalçar os sapatos, sentir a terra debaixo dos pés e colocar um chapéu na cabeça para ir colher laranjas do chão.


Az

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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