eu já te guardei na gaveta dos corpos perdidos
e das nossas memórias começámos a varrer
as pequenas gotas de felicidade
que já fomos.
Mas no tempo subjectivo,
tu és ainda o meu relógio de vento,
a minha máquina aceleradora de sangue,
e por quanto tempo ainda
as minhas mãos serão para ti
o nocturno passeio do gato no telhado?
Isabel Meyrelles
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David Lubbers
Stairs and Branch,
San Cristobal
É perigoso debruçar-se
na janela dos fantasmas!
Podes encontrar o lobisomem
ou Erzsébet a sangrenta
podes também encontrar-me
e o meu sumptuoso cortejo de carícias
ou posso eu encontrar-te
(serás então de âmbar e nevoeiro).
Qual de nós
saberá então
reconhecer os fantasmas?
Isabel Meyrelles
1 comentário:
Ótimo!!
Sobretudo a primeira parte.
"Mas no tempo subjectivo,
tu és ainda o meu relógio de vento".
Tão lindo isso!
É a tal memória emocional...
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