"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quinta-feira, agosto 30, 2007

nota manuscrita à margem de um texto de pessanha

Ontem paraste o olhar sobre o mundo e murmuraste:
em minha voz sopra o temor de não te ver
mais do que pelos sinais
que dispersas: pelo tempo, no dorso dos animais.
Nestes, olhando-os como se fossem.
Naqueles, com a fixidez do gelo.


E por que margens do que tocamos
se alimenta a alma das coisas, a fugidia alma,
em que pousa a nossa língua, rasando as marés?

Foste de espuma, ou névoa e gelo,
em mim aguardo a implacável imagem
de te poder tocar.

Ardem as trevas e outros lugares,
Helena Carvalhão Buescu




©ana

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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