"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

domingo, setembro 23, 2007

conversa de circunstância de domingo

é domingo à tarde. as conversas de domingo à tarde são sempre pouco interessantes, circunstanciais. pelo menos, aqui, deste lado. é até mais comum ficar a falar comigo própria. ou olhar para as paredes. e sentir fome. ir comendo umas bolachas. um iogurte que se tenha esquecido na mochila. fumar o cigarro do dia. tenho saudades das folgas ao fim-de-semana. de chegar a sexta-feira e sentir que posso fechar portas ao mundo. encerrar-me em mim. tenho saudades de quando o domingo era véspera de segunda-feira. e sexta-feira era véspera de sábado. tenho saudades dos fins-de-semana de pijama e chinelos e muita televisão a entrar pelos olhos. cresce-se, quere-se espaço, muda-se de cidade, deixa-se a família e os amigos a uma certa distância geográfica, vai-se viver sozinha e depois é isto! mas não me queixo. isto é mais conversa circunstancial de domingo. e à conta disto e daquilo, vou coleccionando mais uns postais, mais umas janelas, mais uns marcadores de livros...umas fotos com filtro e sem filtro de infra-vermelhos. fotos digitais e agfa, velhinha, comprada por 2 euros numa loja de usados. vou conhecendo gente. gente tão diferente. gente bonita. gente feia. gente chata. gente interessante. eu própria, intervaladamente, me vou sentindo bonita, feia, chata, interessante, diferente.
há um café aberto na esquina. deve estar à espera dos jogos de futebol do campeonato. deve estar cheio de fumo. deve estar cheio de gente interessante.gente feia. gente bonita. gente chata. gente diferente. vou evitar entrar hoje no café da esquina.
verdade, verdadinha: apetece-me ter um dia na semana em que possa faltar a todos os meus compromissos.

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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