"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quarta-feira, dezembro 17, 2008

depois de sabermos alguns nomes


foto:ana c.


Sabemos afinal nomes de flores:
já não podes dizer que os ignoramos
e que soletramos de repente
só o que não sabemos do saber do mundo.
De uma conhecemos a haste que dobrou,
por outra passámos a mão: são isso nomes?

Conhecemo-las sob o nevoeiro, quase sem as ver, as flores.
Ocorre dizer já sabermos os nomes das flores, diz então
Ontem tocámos a escuridão da rosa,
hoje galopam cavalos que não vimos.

Poderia o tempo perder-nos a montante do vento:
esses nomes já perdurariam.

Helena Carvalhão Buescu, Ardem as trevas e outros lugares

Ontem foi:

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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