"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quinta-feira, abril 05, 2007

da procura do amor

revelas-te em cada linha que escreves. puxo uma cadeira, agarro num cigarro, provo do vinho e sento-me para falar contigo. no fundo, não faço mais do que te pedir emprestadas algumas palavras. vou-te encontrando aqui e ali, e em hiroshima .


já apaguei as paredes de tanto te procurar
o lume ainda queima, sabes?
acendo os olhos uma e outra vez
e tu não estás
e se te encontro, tu não estás
e se te toco, tu não estás
por detrás de que sonhos te escondes?
por meio de que palavras me consomes?
não me prendo mais
desato-me em nós
fujo
agarro-me
e se te encontro, não estás
fecho a porta
calço os sapatos vermelhos
e tu não estás
acreditas que me esqueço do meu nome?
lembra-mo se o souberes de verdade
já apaguei as paredes de tanto te procurar
e o lume ainda queima
mas não vou arder
de papel não sou
e se me encontras,
não sei já por onde vou

mas se te estiver a incomodar
por favor
diz


Az

Hiroshima mon amour: Alain Resnais. Segunda Guerra. Amor. Japão. Marguerite Duras. França. She.He.

1 comentário:

Anónimo disse...

Quase que se ouve uma canção ao ler este poema.

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: