"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quinta-feira, abril 19, 2007

de olhar os objectos

Não será o mundo como as palavras que o dizem

tão raro abrasar-te as mãos dizendo eu sol
tão breve a sombra de um momento de árvore
no interstício das letras onde nos sobrevoa
o rouxinol


O mundo
os objectos,
a coisa que nos resiste
à mão


não se mede à medida da palavra
mas é por ela fluída
que os nossos dedos largos de tocar
lhe desenham a forma e o
horizonte débil


Não será o mundo como as palavras que o contam
mas é pela linha sinuosa em cada letra
que o mundo se acende

ao nosso olhar

Rita Taborda Duarte, experiências descritivas

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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