"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, maio 12, 2007

até já

é sábado. já os gatos se estenderam ao sol e eu ainda não procurei a roupa seca na corda. arrasto-me em chinelos. as mãos são a principal ferida do corpo quando o coração nos dói.
pressinto a tua chave na porta. perdeste-a? os teus pés no tapete. descalças-te? afinal não te escrevi assim tantas cartas. ouves-me? hoje serás pássaro. mas nenhuma migalha te trará sossego. do lado de cá, já se esvaziam os bolsos para as tuas mãos se perderem lá dentro.

menino da lua, raio de sol, petit prince... quando encostarmos o peito e nos curarmos da saudade, diremos que o verão está próximo e nada, nem um grão de areia, nos será pesado. só o que perdemos nos pesa. e, contas feitas, nós até ganhámos.

teremos, apenas, de fugir aos retrovisores.



Manuel Alvarez-Bravo

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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