"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

terça-feira, maio 01, 2007

desilude-me a página em branco
esta incapacidade de fazer nascer palavras por entre o desenho das letras
há pouco era a chuva
ou a impressão do vento na janela
e nada mais

nem já a lembrança dos teus olhos
ou do sorriso escondido atrás das mãos,
nem já a ternura,

nem já a raiva, ou a mágoa,
ou o grito

por estes dias, por dentro destas horas,
todas as palavras me resistem

ainda assim, o silêncio
ainda assim, esta mensagem que me deixaste esculpida nas mãos

5 comentários:

Anónimo disse...

A culpa é deste tempo instável. Abril é uma seca. Empresto o livro, claro, companheira de leitura :)

Mary disse...

ainda assim, prefiro uma página em branco que os disparates das palavras mal amadas.

Magnólia disse...

Que as palavras continuem a nascer dentro de ti, hoje e sempre...

ana c. disse...

às vezes, saem disparates mesmo e como lamechas que sou as tais palavras "mal amadas", se é que entendi o que quiseste dizer.

Mary disse...

agora entendo a mensagem esculpida nas mãos...talvez o silêncio.sim, talvez. durante uns segundos, uns minutos. mas as palavras não te resistem. talvez essas palavras não fossem tão mal amadas, mas uma consequência da já não raiva, mágoa ou grito. guarda a ternura do silêncio e da página em branco.

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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