"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quarta-feira, junho 13, 2007

marcha popular

Acabei com o resto da tinta e o armário ficou pintado. Sem sardinhada, sem fado, sem marchas populares, sem ruas de alfama para calcorrear, mas com música de bailarico ao fundo da janela e tinta verde a confundir nariz, mãos e olhos, o meu santo antónio está-se a acabar. Tenho que ser sincera. Não gosto de confusões e nunca festejei verdadeiramente um Santo António! Recordo-me de um bem divertido em que esperei horas para jantar mas valeu a pena porque, apesar das sardinhas não serem grande coisa, tu e eu fartámo-nos de rir a noite toda e ainda mais com a palermice do vinho. Até acho que esse foi o único Santo António que festejei em Lisboa. Era mais habitual ir às festas de Reguengos, sempre com a última novidade pimba a actuar na praça principal da vila. A vantagem era clara: abraçavam-se os avós e os tios e substituíam-se os amigos pelos primos,em ruas menos povoadas de gente e de carros, numa noite quente de prenúncio de verão alentejano.

Passados estes anos todos, agarro a lata de tinta em vez de um copo de vinho e acompanho o miar dos gatos, às vezes tão irritante quanto as canções populares. Em vez de sardinhas, umas óptimas bolachas integrais que não sabem a nada.


*

Mas hoje é 13 de Junho. Fazes anos. Parabéns!
Data memorável. 119 anos sobre o nascimento de Fernando Pessoa. 24 anos sobre a morte de António Variações. 10 anos sobre a morte de al berto. E 2 anos sobre a morte de Eugénio de Andrade e de Álvaro Cunhal.

*
Guardo-me para o S. João...

3 comentários:

Cometa 2000 disse...

:)

Anónimo disse...

vamos ver se o joão chega aos calcanhares do antónio!

Mary disse...

estranhas datas de calendário

Ontem foi:

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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