"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro
segunda-feira, agosto 20, 2007
©ana
agora que me olho através de uma fotografia
reparo no peso das costas sobre o resto do corpo
é o peso de quem caminha de olhos no chão
o peso do sol a extinguir-se
das estações a mudarem de rumo
o peso das mãos que partiram sem deixar história
e para dizer a verdade
há qualquer coisa de demente nesta busca
do olhar
neste permanente enterro de vidas extintas
vultos
cartas
cheiros
há qualquer coisa de demente na espera
por isso,
dá-me o teu ombro
há vida suficiente nestas mãos
chega de adiar o que já se encontrou
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4 comentários:
tendemos a esquecer-nos desse simples facto, de que "há vida suficiente nestas mãos", distraídos que andamos com as rotinas dos dias e dos pensamentos.
há que olhar as mãos com mais atenção e ler os seus sinais. de preferência com um sorriso. são elas que nos protegem no escuro.
Este texto está de uma sinceridade fora do comum, que raramente se consegue. Não é que as outras coisas que escrevas não sejam sinceras, mas é raro haver momentos em que nos despojamos por completo para escrever. E acho que este foi um deles. Muito desiludido, mas muito bonito e esperançado ao mesmo tempo.
P.s . orbigada por sábado. Sou pouco resistente ao frio, ao sono e à vontade de fazer xixi, mas a noite foi óptima. Hummm... gelado de borrego, achas que pega? :p
obrigada eu. preciso também das vossas mãos.
quanto ao gelado de borrego... hum...pelo menos, iria surpreender ;-)
Fixe, a fotografia.
"reparo no peso das costas sobre o resto do corpo
é o peso de quem caminha de olhos no chão
o peso do sol a extinguir-se" Adorei
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