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©ana
Quando tirei esta foto à multidão anónima em Santiago, lembrei-me daquelas fotografias de casamento à saída da Igreja. Ainda hoje gosto de percorrer os olhos por essas fotos e perceber as mudanças. Quem partiu. Quem ficou. Quem cortou o cabelo. Quem engordou. Quem emagreceu. Quem está igual. Quem envelheceu. Quem ficou de costas. Quem se esconde atrás de outro corpo. Quem não (re)conheço. São autênticos retratos do tempo. Ali, alinhados nas escadas, numa ordem quase aleatória, a família, o sangue a passar de braço em braço, a prolongar as suas raízes chão adentro, o tempo a não perdoar rugas no rosto. O tempo a chamar para o esquecimento. São tristes essas fotografias. No entanto, toda a gente sorri.
2 comentários:
Ou quem aparece à frente da máquina... :)
não são nada tristes.
lol!
quando vejo essas fotos, reparo que tu foste um dos que cresceu ;-) e isso dá um brilhozinho nos olhos.
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