"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

terça-feira, outubro 09, 2007

segredar-te o nome da terra
enterrar na cova das mãos
o sorriso
dois ou três cabelos
raízes
folhas secas
conchas do último verão

esperar que a noite desça
lenta
a colar-se-me à pele
em fio de estrelas

navegar o silêncio
dentro
fora
dentro

amarrar ao cais
o desejo de partir

segredar-te ao ouvido
este que é meu
o meu nome
- terra

nada mais


©ana

em escuta: por este rio acima, Fausto

1 comentário:

Natália Nunes disse...

lindo!
é redundante dizer isso mas não importa, eu repetirei sempre.

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: