"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, novembro 24, 2007

as cidades têm bandas sonoras. nós somos sempre protagonistas do filme errado. fingimos gostar do nosso par, vivemos de encontros e de desencontros, mas, às vezes, apaixonamo-nos mesmo, como na vida real. neste cenário nada acontece por acaso. nem mesmo a colher de café que cai ao chão. ou o guarda-chuva esquecido no banco de trás de um carro qualquer.como nos filmes, há sempre alguém à procura de alguém. há sempre alguém preso às janelas, de peito rasgado pela vida.como nos filmes, não há curas absolutas para os amores que se julgaram perfeitos.como nos filmes, os olhos mentem.o beijo é arte e fingimento. o corpo não é pertença de ninguém.molda-se.cai.decompõe-se.como nos filmes,há alguém, neste momento, à minha espera.e não vou. não quero correr.não tenho pressa.como nos filmes, não há relógios.e a verdade é que o despertador não tocou.

mas, sabes, a lua estava perfeita ontem à noite. como nos filmes.

2 comentários:

Happy and Bleeding disse...

(sorriso)

Rute M. Gonçalves disse...

Abolutamente maravilhoso este texto... apetece-me dizer "Tiraste-me as palavras da boca"!

Bjos e abraços

Rute

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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