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Teresa Sá
Doces braços abandonam o teu cansaço,
o casaco na cadeira, faz calor lá onde vais, não precisas dele.
Vendes a casa se chegares e eu já não estiver,
vendes a casa e vais para onde eu não esteja e a lonjura
dessa ausência me traga imensamente mais perto.
Procuras onde eu possa sentir saudades do teu suor de ténues despertares
despes-te sem que eu tenha pressa de correr as persianas.
Queres águas onde caia a lua,
um incidente.
E dizes: vendo a casa se chegar e cá não estiveres,
vendo a casa e vou para onde eu não esteja e a lonjura
dessa ausência me traga imensamente mais perto.
Digo-te adeus do cimo das escadas, os gatos adormecem nos degraus
e o sol não tarda.
No casaco, na cadeira, a impressão ainda de respirares.
Apetece-me a primavera contigo.
Andreia C. Faria
(porque escreves tão bem hoje apeteceu-me "roubar-te" este poema de casa. e acho que vou passar a fazê-lo mais vezes, daqui em diante.)
1 comentário:
para 'ladronas' destas coisas bonitas haverá sempre perdão :)
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