Eu costumava gostar de viver nas coisas para sempre. Eu costumava gostar de viver nas coisas para sempre. Até perceber que nunca se vive nas coisas para sempre. Porque a verdade é simples e é esta:
isto é o que hoje é. E mais nada. Eu costumava gostar de viver nas coisas para sempre. Porque há coisas que eu gostava mesmo que pudessem permanecer intactas e por tempo indeterminado coladas ao corpo. Há coisas que eu gostava mesmo que não sucumbissem ao seu inelutável fim.
Como daqui a uns tempos, poder ouvir-te de novo dizer: trago borboletas vivas na barriga porque gosto de ti. Porque gosto de ti. Gosto de ti. De ti. Ti.
Ana Luandina"Assim, a dificuldade já não está em saber como descobrir, inventar, construir, montar (ou até mesmo comprar)uma identidade, mas em saber como impedi-la de se tornar demasiado densa - e de se pegar ao corpo."
A vida fragmentada, Ensaios sobre a moral pós-moderna, Zigmunt Bauman
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