"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, fevereiro 16, 2008

as cidades não têm nome


ana c.

os reflexos nocturnos na janela
a cidade tão perto com os seus telhados
de vidro
os seus detalhes recortes sombreados
as casas esquecidas e sem luz
abandonadas de gente
de interiores rasgados e
envelhecidos
onde a lua se esquece de morar
casas de paredes desbotadas
que são como livros a ganhar pó e cheiro nas prateleiras

quem lhes falará para dentro?

apago as luzes
e a cidade morre

afunda-se num coração escuro

milímetros antes da tua mão me chegar

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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