"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

terça-feira, março 11, 2008

[inventário sem sentido para criar uma infância comum]


Marcelo Reis

acordar no bolso esquerdo da casa
com uma pergunta dentro do aquário

porque cada pássaro acende uma manhã
surpreender a mesa no fundo do copo

bater a porta da rua com a pronúncia dos espelhos:
"se te digo que voo não me arranques os pés
de entre as nuvens!"

procurar um contador de histórias
porque era uma vez um cordão desapertado

e não ter medo de não encontrar o fim

não ter medo.

Sandra Costa

2 comentários:

Menina Limão disse...

o poema é fantástico.

Andreia disse...

a sandra costa é óptima, decanta as palavras até sair só o essencial, até o poema ser totalmente belo.

Ontem foi:

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a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

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