Ana C.
as aves descem com a tarde
pousam telhados sobre as casas e ficam a admirar o teatro das janelas
há flores e gatos e mãos e olhos
à espera
um cinzeiro
um cigarro a morrer sem boca para o segurar
eu corro
embalo dúvidas no dobrar de cada esquina
gostava de uma mão a puxar-me para fora da estrada
o vento que empurra
a chuva que distrai o passo
uma curva fechada para me despistar
e um vestido vermelho
para no fim de tudo isto
continuar sem saber nada
mas ao menos
sentir-me a
destoar
1 comentário:
lindo. *
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