"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

quarta-feira, setembro 23, 2009

















Ana C.

as aves descem com a tarde
pousam telhados sobre as casas e ficam a admirar o teatro das janelas

há flores e gatos e mãos e olhos
à espera

um cinzeiro
um cigarro a morrer sem boca para o segurar

eu corro
embalo dúvidas no dobrar de cada esquina

gostava de uma mão a puxar-me para fora da estrada
o vento que empurra
a chuva que distrai o passo

uma curva fechada para me despistar

e um vestido vermelho
para no fim de tudo isto
continuar sem saber nada
mas ao menos
sentir-me a
destoar

1 comentário:

Vanessa disse...

lindo. *

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: