"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro
sábado, dezembro 30, 2006
quarta-feira, dezembro 27, 2006
quarta-feira, dezembro 20, 2006
8 de Agosto
A tinta compreende o que escreve?
Em papel reciclado para renovar a escrita, é essa a escrita que dói, esse incómodo interior pelo qual me sento a uma mesa, a página de caderno vazia e eu, tenso e pesado.Mas depois de muitas linhas nunca me sinto melhor.
O que se tira de dentro não alivia esse peso?
Daqui a quantas palavras vou poder descansar?
João Luis Barreto Guimarães
Em papel reciclado para renovar a escrita, é essa a escrita que dói, esse incómodo interior pelo qual me sento a uma mesa, a página de caderno vazia e eu, tenso e pesado.Mas depois de muitas linhas nunca me sinto melhor.
O que se tira de dentro não alivia esse peso?
Daqui a quantas palavras vou poder descansar?
João Luis Barreto Guimarães
terça-feira, dezembro 19, 2006
a ti e às inquietações que ontem partilhaste comigo.
agora assim. logo mais, em papel.
escrevo-te um poema
duas ou três linhas de céu
uma folha seca
meia-lua
e nenhuma gota de chuva a lamber os vidros
na rota das mãos está frio
a porta aberta
pergunto-me que lugar seguro pode ser esse
que lugar seguro onde estacionar o coração?
paulo pimenta
agora assim. logo mais, em papel.
escrevo-te um poema
duas ou três linhas de céu
uma folha seca
meia-lua
e nenhuma gota de chuva a lamber os vidros
na rota das mãos está frio
a porta aberta
pergunto-me que lugar seguro pode ser esse
que lugar seguro onde estacionar o coração?
paulo pimenta
sábado, dezembro 16, 2006
geração de 70
A contas com o bem que tu me fazes
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Nas voltas das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
P’ra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
J.P.Simões, 1970
mais letras
A contas com o mal por que passei
Com tantas guerras que travei
Já não sei fazer as pazes
São flores aos milhões entre ruínas
Meu peito feito campo de batalha
Cada alvorada que me ensinas
Oiro em pó que o vento espalha
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Ensinas-me a fazer tantas perguntas
Nas voltas das respostas que eu trazia
Quantas promessas eu faria
Se as cumprisse todas juntas
Não largues esta mão no torvelinho
Pois falta sempre pouco para chegar
Eu não meti o barco ao mar
P’ra ficar pelo caminho
Cá dentro inquietação, inquietação
É só inquietação, inquietação
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
Há sempre qualquer coisa que está p’ra acontecer
Qualquer coisa que eu devia perceber
Porquê, não sei
Porquê, não sei
Ainda não sei
J.P.Simões, 1970
mais letras
sexta-feira, dezembro 15, 2006
De ti guardo uma fotografia pendurada na parede
De uma casa que não é minha
Guardo os teus olhos, verdes de esconder o nascer do sol nos campos
Era terra a carne que trazias debaixo da pele
Era água o vermelho que te corria nas veias
Adivinho que sorriste mais do que posso lembrar-me
Porque é verdade que não te trago senão nesta mão cheia de Outonos
É verdade que junto às folhas secas recordo o cheiro da lenha que ardia
Nos Invernos
Foste tu que plantaste a primeira tristeza que descobri no olhar da minha mãe
A roupa preta a mascarar-lhe a saudade que nenhum pedaço de futuro sacia
É verdade que te olho no reflexo de todas as fontes
E depois trago-te em gotas geladas para o frio dos meus dedos
És uma memória que gosto de pendurar nos ramos das árvores de natal
Dezembro foi o mês em que começaste a desaparecer-nos dos dias
Eu tinha tudo ainda pela frente e nem reparava em quão efémero pode ser um sorriso
Se há coisa que não esqueço é o teu adeus
Mas nem sequer me lembro do dia, nem da hora
Sei que era manhã e fazia frio
E devo ter corrido nessa tarde
E devo ter rido de nada
Herdei-te um pedaço do verde dos teus olhos
E exibo-o a torto e a direito
Invernos fora
Tu, José, fazes-me acreditar que há vida ainda para te conhecer melhor
Porque ninguém sobrevive apenas em retratos pendurados em paredes
Nem em memórias que se visitam de olhos abertos
Acende-se uma ave nos céus e eu sei que é noite
E sorrio à ideia de te ter escrito este poema que nunca poderias ter lido
De uma casa que não é minha
Guardo os teus olhos, verdes de esconder o nascer do sol nos campos
Era terra a carne que trazias debaixo da pele
Era água o vermelho que te corria nas veias
Adivinho que sorriste mais do que posso lembrar-me
Porque é verdade que não te trago senão nesta mão cheia de Outonos
É verdade que junto às folhas secas recordo o cheiro da lenha que ardia
Nos Invernos
Foste tu que plantaste a primeira tristeza que descobri no olhar da minha mãe
A roupa preta a mascarar-lhe a saudade que nenhum pedaço de futuro sacia
É verdade que te olho no reflexo de todas as fontes
E depois trago-te em gotas geladas para o frio dos meus dedos
És uma memória que gosto de pendurar nos ramos das árvores de natal
Dezembro foi o mês em que começaste a desaparecer-nos dos dias
Eu tinha tudo ainda pela frente e nem reparava em quão efémero pode ser um sorriso
Se há coisa que não esqueço é o teu adeus
Mas nem sequer me lembro do dia, nem da hora
Sei que era manhã e fazia frio
E devo ter corrido nessa tarde
E devo ter rido de nada
Herdei-te um pedaço do verde dos teus olhos
E exibo-o a torto e a direito
Invernos fora
Tu, José, fazes-me acreditar que há vida ainda para te conhecer melhor
Porque ninguém sobrevive apenas em retratos pendurados em paredes
Nem em memórias que se visitam de olhos abertos
Acende-se uma ave nos céus e eu sei que é noite
E sorrio à ideia de te ter escrito este poema que nunca poderias ter lido
quinta-feira, dezembro 14, 2006
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Ouvir até à exaustão
em escuta
whoever seeks,
whoever seeks me finds me,
whoever finds me knows me,
whoever knows me loves me,
whoever loves me
I love too,
whomever I love, I
kill.
mainstreaming, Kaada, em music for moviebikers
Segundo um estudo de um cientista britânico, a canção Drugs don´t work dos The Verve parece reunir um número mais significativo de elementos capazes de provocar o choro. Mais do que a Angels do Robbie Williams e a Sorrow seems to be the hardest word de Elton John! Já a canção Song to, dos Blur, parece provocar um elevado índice de excitação.
Como costumava dizer um colega meu dos tempos da investigação em meio universitário, a ciência faz-se, ou seja, manipula-se!
Como costumava dizer um colega meu dos tempos da investigação em meio universitário, a ciência faz-se, ou seja, manipula-se!
terça-feira, dezembro 12, 2006
joana linda
abrir livros antigos e descobrir entre as páginas pegadas de relva. levar à boca um ou dois versos. e desencontrar-me de tudo o que já li.
desculpem as meninas #2
Ligou o número, esperou que do outro lado falassem e depois disse:
- O que tu queres sei eu!
- O que tu queres sei eu!
segunda-feira, dezembro 11, 2006
XLII - Passou a Diligência
Passou a diligência pela estrada, e foi-se;
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
Assim é a ação humana pelo mundo fora.
Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;
E o sol é sempre pontual todos os dias.
Alberto Caeiro
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
Assim é a ação humana pelo mundo fora.
Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;
E o sol é sempre pontual todos os dias.
Alberto Caeiro
sábado, dezembro 09, 2006
Ela disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio.
Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.
Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio exacto.
Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.
Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.
De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.
Filipa Leal, A cidade líquida e outras texturas
Ele disse: Sou um rio.
Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.
Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio exacto.
Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.
Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.
De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas mãos libertas.
Ela temeu o adeus, disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.
Filipa Leal, A cidade líquida e outras texturas
sexta-feira, dezembro 08, 2006
quinta-feira, dezembro 07, 2006
desculpem as meninas #1
A. levantou o auscultador e ouviu do outro lado:
- Eu sei que é engano. É propositadamente engano. Mas tinha que dizer isto a alguém: piças e vacas!
- Eu sei que é engano. É propositadamente engano. Mas tinha que dizer isto a alguém: piças e vacas!
quarta-feira, dezembro 06, 2006
terça-feira, dezembro 05, 2006
domingo, dezembro 03, 2006
como um livro
Folheei o teu corpo como um livro
à procura da tua alma: encontrei-a no índice.
Albano Martins
à procura da tua alma: encontrei-a no índice.
Albano Martins
sábado, dezembro 02, 2006
stuart a. staples: magna ardente
se na noite essa voz se erguer, eu vou
e não haverá rio a separar margens opostas
nem acordes gastos que o coração não saiba reparar
toda a canção é uma pergunta a baloiçar entre os despojos de uma noite qualquer
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- a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_
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