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Az
ele subiu à montanha. levou à boca um pedaço de azul e deteve-se lentamente no recorte das nuvens. depois, retomou o caminho. descalça, a alma pedia o conforto de outras mãos. e a cidade, longínqua, descrevia o regresso dos peregrinos. pelo caminho deixavam as portas escancaradas e os dedos curvos de se moldarem às pétalas das flores. chegaria o tempo em que o próprio caminho se faria peito adentro, no íntimo das casas, no interior dos quartos, entre as paredes de um livro, entre as folhas que cobrem as camas. a meias, lado a lado, os homens seriam profetas, sábios de qualquer segredo, fluentes em qualquer alquimia... nasceriam pássaros e flores do olhar. cresceriam árvores nas pontas dos dedos. isto foi o que pensou. mas já não era azul à sua volta. apenas a almofada, onde esperava não adormecer sozinho.
isto a propósito da tua última subida à montanha. espero-te cá em baixo. falta já tão pouco!
3 comentários:
ainda só tinha lido o titulo e sentia que era para mim ;)
obrigado, gosto quando escreves para mim e de mim. depois do corpo quente vou andar à chuva até ter um dente debaixo da almofada...
convida-me para a chuva!
sabes que não preciso de convidar ;)
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