"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, março 31, 2007

: duetos para o fim-de-semana

Ane Brun&Madrugada - Lift me



Ane Brun feat Teitur - Rubber & Soul

o nevoeiro faz todo o sentido


az.


e se alguma vez me
vires nos teus sonhos
sacode-me a terra ao coração

valter hugo mãe

sexta-feira, março 30, 2007

4as em lisboa#4


lisboa à chegada.
ambientes sonoros da viagem: tv on the radio, stone roses. a lembrar que há sempre
um Mercedes para voltar.




lisboa durante.
ambientes sonoros: apito sonoro de fecho de portas no metro, carros, pessoas, conversas, e a finalizar Cesariny, na voz de Rogério Samora, e o fado pop rock de A Naifa. mais um concerto irrepreensível. ou melhor, arrepiante. a terminar em Desfolhada.


lisboa à partida.
ambientes sonoros: piana, yann tiersen, covers selected by me.

p.s.- a foto nº3 é para a magnólia adivinhar onde é.sim, porque as restantes, da mesma série, são demasiado óbvias!

quinta-feira, março 29, 2007

terceira preocupação

acho que sou cleptomaníaca. tenho os bolsos cheios de pacotes de açúcar.

segunda preocupação

tenho amigos que gostam do cheiro a gasolina e de alguns escapes .

primeira preocupação...

a minha gata está com o cio. e o meu gato nem f* nem sai de cima!

como nas estórias que me vão trazendo


az


Eu que sou terra

como terra tremo debaixo do teu peito
como-te cuspo-te-me
trago os teus ossos.
Tem que ser assim,
fora de mim és um estranho
durmas os anos que durmas a meu lado.

miriam reyes.
ainda a bela adormecida

quarta-feira, março 28, 2007

sinto o dia a amanhecer-me na pele



Az

e sei que regressarei a casa depois de um pouco mais de azul

terça-feira, março 27, 2007

janelas para jardins suspensos

Comecei dezenas de histórias
e não terminei nenhuma,
não sei para onde vão as minhas personagens
por que é que começam a falar
e logo se calam.
Sobre o papel acontece-me o mesmo que fora dele:
a minha vida é um punhado de inícios
suspensos.

miriam reyes, bela adormecida, cosmorama



Az

Georges Pacheco

Acho muito bem que num centro comercial se esbarre em algo mais do que o espírito consumista. Por isso, aqui fica uma sugestão:

Silo - Espaço Cultural Norteshopping: exposições O olhar dos Cegos e A memória das lágrimas, fotografias de Georges Pacheco, inauguração a 29 de março, 22h00.


Georges Pacheco

segunda-feira, março 26, 2007

pocket life

procurei nos bolsos o passar de uns instantes de tempo. encontrei um recado para o meu irmão. petit prince, não perdi a mania de escrever tudo em papelinhos e de os enfiar nos bolsos. faz-me confusão andar de bolsos vazios. um pacote de açúcar, o isqueiro, um lenço de papel, as chaves de casa, os recados para amanhã, o telemóvel, o refrão de uma canção, restos de poemas... ainda assim, acho que não dispenso a mochila, onde, como me disseram hoje, transporto a minha vida. há vidas assim...que cabem numa mochila.

de vez em quando, esqueço-me dela em casa...

e entrei no jardim para me perder

DSCF0474
Az

momento cómico do mês

Querem descobrir coisas verdadeiramente importantes sobre a vossa vida? Dêem guarida a um irlandês constipado! Eu, por exemplo, descobri que afinal sou rica. No entanto, tenho pouca comida no frigorífico.
Os materiais do amor, seguido de O desafio à tristeza de Eduardo White, um autor moçambicano, está a corresponder às expectativas que eu alimentava há algum tempo em relação ao próximo livro de poesia que comprasse.
Do erotismo à tristeza a distância é mínima.


Está quieta. Não passeies em mim as mãos des-
sa maneira. Nem a boca. Nem a boca na robus-
tez com que a deixas cair tão lenta, tão sonora, tão
cheia de vento. Devastas-me. Sinto-o pelas veias,
pelas têmporas. Pela carne e pelo peso.
Vou apagar o cigarro, já não queima. Agora, só
a tua língua que tem o amor com outra aderência.
Sobe-me essa surda serpente, lava-me os movi-
mentos. Eu não páro de sentir coisas dentro do
meu ventre. Palavras que sopras? Um pássaro, o
mais certo, que para ali o terás espantado. Fugiu-
te da boca. Se conseguires, demora as mãos um
pouco mais para perto. O seu coração bate. La-
teja de tanto deslumbramento.
Não, não é o meu.
Meu é só o mar, a água ali dormente ou o que
então assim reaprendo. Mas ferve. Não te aper-
cebes? Vá, devagar abre-lhe o coração.

sábado, março 24, 2007

e há sempre alguém que parte


Az

às vezes - quase sempre - tenho saudades.
e regresso às janelas. e espreito o fim do caminho.
e sempre - quase sempre - não me vejo chegar a mim.

já faz tempo que o tempo não se demora num abraço por aqui.

para ti, no(s) teu(s) dia(s)

DSCF0195
Az

é uma noção vaga. os olhos
são os pés da alma. o por onde
assenta no chão, o tecto
do céu.

valter hugo mãe

sexta-feira, março 23, 2007

podias encontrar-me num jardim*





primeiras experiências fotográficas com filtro de infravermelhos caseiro.
agradeço ao objecto permanente a partilha deste pequeno truque. preciso de tempo para aprimorar a técnica ;-)



*ambiente para canção de blixa bargeld, einsturzende neubauten

4as em Lisboa #3




Descendo e subindo pelos carris da Bica




Poesia na casa de banho do bar/livraria Da Mariquinhas.


sinto-me derrotada no 3º round. não quero tão cedo fechar os olhos num banco de expresso com janela para a auto-estrada. mas sei que mais cedo do que agora me pode parecer lá estarei. não digam mais nada. deixem os cigarros a fumegar nos cinzeiros, as garrafas abandonadas sobre as mesas. apaguem as luzes, desliguem a música e fechem a porta por mim. eu hoje já não estou aqui. quero a minha cama, a minha almofada, os meus gatos em silêncio noite dentro. será pedir demais que isto acabe aqui?


(Oh! levo um gesto bonito deste final de noite - um patinho de papel!, como lhe chamou o autor da dobragem esforçada! e lá expliquei que o patinho é um tsuru em "linguagem origami". Mas isto dava uma longa conversa e já não consigo pensar.
)

quinta-feira, março 22, 2007

lentamente o olhar parte
(não sei em que direcção)
desses lugares onde entardecias.

tudo o resto está por acontecer.

apenas.


Az

terça-feira, março 20, 2007

pouso a janela no colo


Az

às vezes, entretenho-me a ser vento


e sorrio se na tarde alguma ave se levanta a perder-se no azul

do outro lado da janela



Az

todos os dias as pombas desafiam os meus gatos do outro lado da janela...

segunda-feira, março 19, 2007

último pensamento do dia para ti, pai. porque me ensinaste a combater os fantasmas e os monstros das minhas longas noites falando-me de anjos.

de olhos em bico

comentário de uma rapariga asiática no meu começo de dia de trabalho:

eu olho para os portugueses e parecem-me todos iguais!


isto a propósito de ser comigo, ou não, a resolução de um assunto pendente...acho que fiquei logo mais desperta!

um destes dias gostava...

de me descalçar na relva.
de perguntar à vizinha por que é que põe a máquina a lavar roupa à meia-noite.
de ler o último livro do antónio lobo antunes.
de fazer ioga.
de andar de bicicleta pela cidade.
de cozinhar no porto para os amigos de lisboa.
de escrever tudo aquilo que vou deixando inacabado.
de gerir melhor o meu tempo.
de aprender a nadar.


de me fotografar a dormir.



Az

sábado, março 17, 2007

something for the weekend

sinto falta das borboletas.

sexta-feira, março 16, 2007

Bar

Não me ofereces uma rosa?, perguntou,
quando nos seus olhos se imobilizaram os
grandes lagos.
Mas como,
se sou apenas a cruz, a coroa de espinhos,
a esponja, sangue e vinagre,
um vulto aqui, junto à porta, três palavras e
nostalgia,
três palavras sem nexo,
sem culpa, sem destino,
se num espelho, ao fundo, vejo a ausência do
amor,
se, de repente,cai um machado de pedra sobre
os meus ombros que se inclinam?

Será esta a canção dos amigos mortos?
Morte, sempre a imperecível concubina,
sempre a carruagem que parte para a planície de
vidro e argila,
morte de um verso e de outro verso,

dos sonhos que cruzam as cidades indignas,
morte da água de beber,
morte da flor da ternura.

Aqui cheguei uma noite,
aqui em mil noites vi as cisternas de uma sede
insaciável,
vi as lágrimas de uma imensa perdas e às vezes,
tão poucas vezes, sorri,
ofereci uma rosa,
quis perder-me nos grandes lagos,
quis apenas um gesto,
uma dilacerada beleza.

Todos acabámos por partir.
Já esqueceste o meu nome.
E agora chove.

José Agostinho Baptista



Az

isto pode parecer demasiado mórbido, obscuro, não sei...mas ontem, enquanto caminhava à noite, a seguir ao jantar, antes do meu resto de final de dia, pensava: tenho 31 anos, já tenho idade para morrer. e acho que não estava dentro de nenhum delírio literário...

quinta-feira, março 15, 2007

4as em lisboa #2


Az
estação do Oriente








Az
pelo Rossio



Az
on the other side of the moon



Az
olha, perdi as vertigens!(estação baixa-chiado)



Az
panorâmica FCSH




Az
copos para candeeiros num bar do Bairro



Az
e a noite terminou em poesia no Frágil. José Agostinho Baptista.Para a semana há Herberto Helder. vamos?



Az
ainda não foi desta que a ponte foi ponte para a outra margem...




Lisboa com muito sol, turistas, imigrantes, esplanadas, flores... sou duas cidades, dois rios, mas apenas duas margens...

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: