"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro

sábado, setembro 29, 2007

leaves of grass

A child said What is the grass? fetching it to me with full hands;
How could I answer the child? I do not know what it is any more than he.




©ana

This hour I tell things in confidence,
I might not tell everybody, but I will tell you.

Walt Whitman, song of myself

sexta-feira, setembro 28, 2007


©ana

(...)

todas as casas são
o interior da noite



Joaquim Pessoa, IX - As casas, in Os dias da serpente
às vezes, tenho receio que a futilidade que vejo nos outros seja um reflexo da minha própria futilidade.

quinta-feira, setembro 27, 2007




©ana

agora sou eu este pássaro: uma árvore a caminho do azul.

quarta-feira, setembro 26, 2007

funny, how the world can change...

Sim, já é outono. E sinto a pele arrepiada. Deste frio que entra pelas frestas das janelas. Pelos interstícios da roupa que ainda não aconchego, como segredos, ao corpo. Quero entreter-me a recolher pinhões do chão, a distingui-los da terra e das secas agulhas caídas sob os pés. Os pinheiros mansos. O teu, avô, descaído sobre a estrada de terra batida no caminho para o fontanário. Tão alto, mas tão alto, que só o vento para lhe tocar. E a chuva. E o sol. E este frio dissimulado de Outono. É urgente fotografar esse pinheiro antes que ele morra. É urgente voltar a sentir-lhe o cheiro. O toque das pinhas. A resina do tronco. O ranger da madeira. Quero entrar, novamente, nesse bosque de pinheiros e eucaliptos, de flores e ervas do campo, onde escondias o mel das abelhas. Podia ter aprendido muito mais contigo. Nada havia de exigente na forma como me olhavas. E sinto que foram tão poucas. É irónico como no fim de tudo se emudece. E fica o corpo deitado numa cama. Uma coroa de pinhas. Um feixe de agulhas secas. Um saco de pinhões. As mãos mascarradas das cascas. A água a ferver. A mulher a correr pela casa e a dizer depressa, depressa. Chegámos a tempo do tempo que se te esgotou. Para quê? Dispensava essa memória. Esse rosto branco de olhos cansados. E as casas enfeitadas de natal. E o começo de outro ano à porta. Já sem ti. Sem ti. Se há fantasmas tu não me povoas as noites. Mas cresces-me, antes de adormecer, como uma oração na boca.
Que mais poderia eu ter aprendido contigo? Tu, que falavas com as abelhas e agarravas na enxada para rasgar a terra, em vez de lhe fazeres perguntas que vêm nos livros?

Há muito que tudo ficou mais feio. Foi depois. E resta o pinheiro. Esse a quem devo fotografar o sorriso. Não só mas também porque já é outono.

Deixas?

terça-feira, setembro 25, 2007

I talk with my neighbours#4


©ana

O GALO É O DONO DOS OVOS

"Anda amarelado o galo
como a gema que o pariu
o sol nunca lhe sorriu
quanto ao pinto, é um regalo
não há sol que não o tisne
o galo canta de galo
para o pinto é canto de cisne"

(Sérgio Godinho)

segunda-feira, setembro 24, 2007

À ana-dos-anjos-tinoco, pela poesia que traz dentro

as palavras que te nascem, essa espontaneidade na fala, no que aflora à ponta dos dedos.as borboletas a dançarem-te nas veias, os dias que trazem vento na voz, as nuvens como uma canção a atrasar o relógio. de olhos abertos, de encontro ao horizonte, a cidade viaja-te.
se és anjo, se entendes a sua fala, saberás de cor o caminho por onde se regressa.
ou vais dizer que tudo não passa de um retrato?

todos os dias.
pressente a areia dos espelhos.

©ana

se eu levantar os braços agora, levas-me contigo?

domingo, setembro 23, 2007

conversa de circunstância de domingo

é domingo à tarde. as conversas de domingo à tarde são sempre pouco interessantes, circunstanciais. pelo menos, aqui, deste lado. é até mais comum ficar a falar comigo própria. ou olhar para as paredes. e sentir fome. ir comendo umas bolachas. um iogurte que se tenha esquecido na mochila. fumar o cigarro do dia. tenho saudades das folgas ao fim-de-semana. de chegar a sexta-feira e sentir que posso fechar portas ao mundo. encerrar-me em mim. tenho saudades de quando o domingo era véspera de segunda-feira. e sexta-feira era véspera de sábado. tenho saudades dos fins-de-semana de pijama e chinelos e muita televisão a entrar pelos olhos. cresce-se, quere-se espaço, muda-se de cidade, deixa-se a família e os amigos a uma certa distância geográfica, vai-se viver sozinha e depois é isto! mas não me queixo. isto é mais conversa circunstancial de domingo. e à conta disto e daquilo, vou coleccionando mais uns postais, mais umas janelas, mais uns marcadores de livros...umas fotos com filtro e sem filtro de infra-vermelhos. fotos digitais e agfa, velhinha, comprada por 2 euros numa loja de usados. vou conhecendo gente. gente tão diferente. gente bonita. gente feia. gente chata. gente interessante. eu própria, intervaladamente, me vou sentindo bonita, feia, chata, interessante, diferente.
há um café aberto na esquina. deve estar à espera dos jogos de futebol do campeonato. deve estar cheio de fumo. deve estar cheio de gente interessante.gente feia. gente bonita. gente chata. gente diferente. vou evitar entrar hoje no café da esquina.
verdade, verdadinha: apetece-me ter um dia na semana em que possa faltar a todos os meus compromissos.

I talk with my neighbours#3


© ana

conversas de domingo à tarde.

sábado, setembro 22, 2007

A gata que sabe voar

Parabéns, Teresa! Um ano a ronronar perto de mim...


©ana

Para quem já "saltou" de um 4º/5º andar...isto é apenas uma pequena amostra.

sexta-feira, setembro 21, 2007

Postal de Aniversário

isto é para ti. e se é um lugar comum, não me importo. gosta-se e diz-se. e eu digo-o. há 20 anos nasceste-nos de um setembro quente. 1987. ainda não te tínhamos visto e já sentíamos saudades tuas. tu, sempre lá escondido na barriga da mãe. só te conhecíamos o nome. eu esperava-te com a estranheza e curiosidade próprias dos meus 11 anos. 1987. recordo a primeira vez que te espreitei por entre os braços da mãe. choravas. as tuas faces avermelhadas. os teus olhos grandes. os braços da mãe. era mentira o que diziam: não vieste nada fora de tempo. não te atrasaste nem um bocadinho. arrepia-me pensar que a mãe era ainda tão jovem quando te teve. e eu que nem reparei na sua juventude... cresceste-nos demasiado depressa. correste. porquê a pressa? ainda ontem te escondia a chupeta debaixo da almofada para que a esquecesses de vez. ainda ontem, a propósito das nossas brincadeiras, o pai me acusava de ter menos idade do que tu. vês, não se nota nada, a diferença. ainda hoje não se nota nada. 20 anos a construir algo mais do que afinidades sanguíneas. acho que não nos temos saído nada mal. apesar dos 300 kms de distância, apesar das divergências que vão surgindo, eu sei que te posso ter como amigo, cúmplice, confidente... és o meu petit prince. cuido da rosa para ti. e dos gatos. e hoje a saudade é o lugar mais visitado de sempre.

abraço-te. com a certeza de que gosto muito de ti.

p a r a b é n s, petit prince.

este até pode ser o postal de aniversário mais piroso que tiveste na vida. admiras-te? não podia ter vindo de mais ninguém, senão de mim ;-)
vá, não te demores. quero fazer-te um jantar e ver-te soprar as velas. e pode ser que ainda salvemos outro gatinho do abandono das ruas.


©hiddentrack

quinta-feira, setembro 20, 2007

forever is not so long

I know it´s late.Isto era suposto ter sido dito no dia 17 mas... I´m going to say it anyway. Porque, entre nós, já deixámos passar o tempo dos atrasos. Estacionámos nos agoras. E a propósito disso e do resto, lembrei-me que se é verdade que I never ment to break your heart but You broke mine, não deixa de ser menos verdadeiro que...Yes, I´m on my way...

E tem que ser dito mais. Porque é aí que nos encontramos diariamente. Nessa certeza. Deixando de lado todos os lirismos, toda a prosa, mais ou menos poética, dorida; e sem querer apagar, nem rasurar nada do que ficou para trás; sem prometer que não irei lá, uma vez por outra... porque o que é belo é triste e porque eu gosto demasiado das minhas estórias, das pessoas que mas trouxeram à pele, dessas mãos e dedos e cabelos e bocas que me arrepiaram até às entranhas, para seguir em frente sem olhar uma única vez para trás. O futuro não existe ainda. Nunca será depois. Verdade, verdade, é este aqui. Verdade, verdade é isto, que eu sei e que tu sabes. E que não importa que mais ninguém saiba. Nem compreenda. Mesmo que toda a gente o venha ler.

The way I feel now I'll guess I'll be with You till the end.

E clique. Enter. E está dito.

E assim não haverá espaço para o love will tear us apart.



Kate Bush - Wuthering Heights*


Out on the wiley, windy moors
We'd roll and fall in green.
You had a temper like my jealousy:
Too hot, too greedy.
How could you leave me,
When I needed to possess you?
I hated you. I loved you, too.

Bad dreams in the night.
They told me I was going to lose the fight,
Leave behind my wuthering, wuthering
Wuthering Heights.

Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.
Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Ooh, it gets dark! It gets lonely,
On the other side from you.
I pine a lot. I find the lot
Falls through without you.
I'm coming back, love.
Cruel Heathcliff, my one dream,
My only master.

Too long I roam in the night.
I'm coming back to his side, to put it right.
I'm coming home to wuthering, wuthering,
Wuthering Heights,

Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.
Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
Ooh! Let me have it.
Let me grab your soul away.
You know it's me-Cathy!

Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.
Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!
Let me in-a-your window.

Heathcliff, it's me-Cathy.
Come home. I'm so cold!


*Cathy e Heathcliff são os protagonistas do romance Monte dos Vendavais (Wuthering Heights,no original), de Emily Bronte.

quarta-feira, setembro 19, 2007


ana

acendia-se o começo do verão.

5 minutos#12

acordei e fui falar com o mar. nos sapatos, na linha dos dedos, na curva dos cabelos, ainda o sinto a aconchegar-me o sol dentro do peito.

terça-feira, setembro 18, 2007


©ana

e as palavras
arderam-me tanto
que me vieram à boca.

josé felix duque, quando mais luz, cosmorama

I talk with my neighbours#2


©ana

segunda-feira, setembro 17, 2007

insanity


©ana

a tarde escorre nas janelas. lá fora é outro cá dentro.na forma como as traseiras das casas me preenchem os sonhos. me levam de volta a lugares que deixei de visitar. o cão a esgravatar a terra. as laranjeiras abandonadas a setembro. reclamo o outono à medida que as cores mudam paisagens. nada se mantém como nas fotos. nem as mãos. nem os pulsos à volta dos quais ato pulseiras. não quero lucidez nas palavras. fujo porque me dói a ausência de dor. porque me agarro sempre antes do chão. duvido cada vez mais da minha própria existência. e não quero provas do contrário. basta sentar-me neste lugar de ausências, a acender cigarros com a perícia de um desastrado, e a ouvir Tom Waits dizer I never felt my heartstrings until I nearly went insane.

sexta-feira, setembro 14, 2007

MY OWN PRIVATE WONDERLAND



Exposição de fotografia de Teresa Sá

de 14 de Setembro a 3 de Outubro de 2007

outra exposição imperdível - aqui:
maria vai com as outras, 443,r.do almada


um abraço, Teresa. e obrigada pelas tuas fotos.

I talk with my neighbours#1


©ana

a love story, thomas dybdahl

vidro azul? last.fm? não sei onde terei esbarrado neste songwriter norueguês. mas ainda bem que esbarrei. do filme "Monstertorsdag", um exemplo.
e apetece-me o fim do verão.




honey I told you
that these things never last
and one of these days now
you`ll start dreaming of the past

when life was once too short for all the things we`d do
and the shots we`d call
and endless summer without a fall
when promises were meant to keep
and nighttime wasn`t meant for sleep
a love story at it`s peak

doesn`t it feel good
to know that you`ve been loved
and doesn`t it make you
laugh when you think of


the day when we all got lost on the old mans farm
just trying to get across
it was only then I knew what love was
sunday mornings that never ended and hangovers that never mended
a love story at it`s peak

quinta-feira, setembro 13, 2007

passei a tarde a acender e a apagar fósforos. apeteceu-me incendiar desperdícios. pequeno crime. contra a passividade dos minutos.

quarta-feira, setembro 12, 2007

5 minutos#12

misturar vários ingredientes num só sonho e ao acordar tentar fazer sentido no espaço vazio

ana

move-se o corpo no sentido em que há-de nascer a tua mão ao encontro dos meus cabelos verdes

terça-feira, setembro 11, 2007

the one, between shadows


As minhas gavetas são abismos de memórias.

segunda-feira, setembro 10, 2007


ZeKarlos

- desce a noite no seu respirar lento
(a chuva de dedos e cabelos soltos)
- há por onde sorrir
(nas esquinas dos arrepios)
- a palavra
(talvez o esboço apenas)
- ou o olhar quedo ante a proximidade inesperada
(um arpejo simples)
- uma canção para fingir de banda sonora
(a que sabe o tempo quando se desconhece a hora?)
- reconhece-se a manhã pelo canto das gaivotas
(o miar sustenido dos gatos)
- eu vou
(eu fico)

sábado, setembro 08, 2007

vôos de longo curso
oceanos microscópicos


marília

o silêncio permanece translúcido
como frestas de janelas
(reentrâncias da alma)

diz-me o que cabe na
latitude das mãos

quinta-feira, setembro 06, 2007


Elina Brotherus


às vezes, não há mesmo nada a dizer. quando assim é, nada tem que ser dito.

estranho cada vez mais quem tem sempre muito do que falar. desconhece, certamente, que é preciso deixar respirar o silêncio para se continuar a fazer sentido.

vou passar a pedir a algumas pessoas um pouco mais de silêncio.

e dou o exemplo.

silence isn't disease
Arrivals

londres.dublin.faro.lisboa.frankfurt.helsinquia.lisboa.barcelona.lisboa.londres.faro.frankfurt.bratislava.londres.porto.madrid.porto.

Departures

lisboa.londres.dublin.faro.lisboa.frankfurt.helsinquia.lisboa.barcelona.lisboa.londres.porto.frankfurt.bratislava.londres.porto.madrid.


O relógio apitou no controlo em Lisboa. O cinto no de Londres. As botas no de Frankfurt.A bagagem perdeu-se no regresso de Helsínquia.Dores fortes de ouvidos de Londres para Dublin e na longa espera para a aterragem em Barcelona. Medo nas turbulências sobre os picos da Europa.Não há registos de enjôos.

Gosto e não gosto de andar de avião.

Mas prefiro, definitivamente, as chegadas.


E isto a propósito de nada.

quarta-feira, setembro 05, 2007

Pulp - Like A Friend



Don’t bother saying you’re sorry
why don’t you come in
smoke all my cigarettes again
Every time I get no further
how long has it been?
come on in now, wipe your feet on my dreams
you take up my time
like some cheap magazine
when I could have been learning
Something
oh well, you know what I mean, oh
I’ve done this before
and I will do it
Again
come on and kill me baby
while you smile like a friend
oh and I’ll come
Running
just to do it again
you are the last drink I never should have drunk
you are
The body hidden in the trunk
you are the habit I can’t seem to kick
you are my secrets
On the front page every week
you are the car I never should have bought
you are the
Dream I never should have caught
you are the cut that makes me hide my face
you are
The party that makes me feel my age
like a car crash I can see but I just can’t avoid
Like a plane I’ve been told I never should board
like a film that’s so bad but I’ve got
To stay till the end
let me tell you now: it’s lucky for you that we’re friends.


Acho que esta canção adequa-se na perfeição à banda sonora de muitas memórias, por aí...

Gosto do estilo e ritmo deste Jarvis Cocker. Era capaz de o levar comigo para o Mercedes, numa destas noites. Não que esteja insatisfeita com o meu par habitual, que até me parece ter aprendido alguma coisa com o dito senhor...

ana

no vidro acendes lâmpadas, memórias
quase absortas de si no céu deserto

antónio franco alexandre

terça-feira, setembro 04, 2007

nestas noites quentes, lembro-me demasiadas vezes do alentejo. saio para a rua à procura da brancura das casas, das janelas e das portas abertas.
para esta gente, daqui, o alentejo tem mar, areia, praia.e isso para mim é estranho. esqueço-me frequentemente que há litoral no alentejo. para mim, a essência é a planície.

um dia mostro-vos uma fotografia.

duaspegadas

quase acontece coincidir
a paisagem e o fundo que pintaram,
durante a noite, da outra
face do rio. são assim

as mais secas manhãs,
os animais que primeiro escutam
e depois, o desabrigo, o laço
no orvalho.

são adivinhas todos os atalhos,
as pequenas marcas no caule
da amêndoa.

ficamos silenciosos e vazios,
com os relógios a ouvir,
quase acontece acordar.

António Franco Alexandre

segunda-feira, setembro 03, 2007




©ana

retorna-se lentamente ao que já se esquecera: a pele.
e nem as águas escapam à mansidão dos dedos.

sábado, setembro 01, 2007

song for you

Este Alexi Murdoch, song writer escocês, a viver na américa, tem qualquer coisa de Erlend Oye, desde a guitarra à voz. Quando ouvi esta Song for you achei que podia ter posto a tocar um dos últimos discos dos Kings of Convenience. Mas, se calhar, é uma comparação abusiva...
Banda Sonora para o meu fim de semana. E pode ser que escreva uma canção para ti.



Não é o vídeo oficial mas...

**

so today, i wrote a song for you
cause a day can get so long
and i know it
when you say there

so i
cause i want to love you with my heart
all this trying has made me tight
and i don
maybe that

cause you know it
that you play filling up your head with rain
and you know you are hiding from your pain
in the way, in the way you say your name

and i see you hiding your face in your hands
flying so you won
you think no one understands
no one understands

so you hunch your shoulders and you shake your head
and your throat is aching but you swear
no one hurts you, nothing could be said
anyway, you

and you
as your heart is trying to mend
you keep it quiet but you think you might
disappear before the end

and it
any strength to even try
to find a voice to speak your mind
when you do all you want to do is cry
well maybe you should cry

and i see you hiding your face in your hands
talking bout far away lands
you think no one understands
listen to my hands

and all of this life
moves around you
for all that you climb
you
you are moving too
you are moving too

i will move with you

Ontem foi:

About me:

A minha foto
a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_

Sopra-me ao ouvido: