a propósito de borboletas e outros insectos...
michael cashmore feat. by antony
"Nada torna, nada se repete, porque tudo é real."
*Alberto Caeiro
sábado, abril 28, 2007
sexta-feira, abril 27, 2007
quinta-feira, abril 26, 2007
esTratégias de Sobrevivência nUm tRapézio qUase sem rede
az
enquanto escrevia mais duas ou três linhas de tese, nasceu-me um pássaro por entre as mãos. longe da perfeição de um vôo, não levantará do telhado da casa na direcção do azul. mas terá asas abertas e melodias no bico das manhãs. e entre mais duas ou três linhas, talvez lhe escreva poesia no dorso insuflado de papel de sonhos. e o deixe pousar lentamente no fio de luz que me aclara as noites.
quarta-feira, abril 25, 2007
terça-feira, abril 24, 2007
Tarnation
este é o filme a que não vou resistir se me voltar a cruzar com o seu dvd. o filme mais inquietante que vi nos últimos anos.vou correr o risco de voltar a inquietar-me.
de Jonathan Caouette.
de Jonathan Caouette.
chegou-me hoje pelo correio...detesto a minha nova carta de condução! é mais um cartão vulgar de plástico, com fotografia impressa digitalmente. mas pensando bem é aquilo que os senhores agentes merecem que lhes estampe na cara quando vêm com a sua arrogância de autoridade! um cartão sem piada!
estas sim...
estas sim...
segunda-feira, abril 23, 2007
acho que esta foi mais uma noite em que fingimos não brindar à perda. tornamo-nos cada
vez mais cínicos nesta "primavera de destroços". adiamos o futuro com a desculpa de um último cigarro e tudo o que queremos é uma história igual à que sempre tivémos. depois de tudo isto, há um elevador, daqueles antigos, de porta de correr manual. e a claustrofobia de pararmos entre dois andares e de haver um espelho lá dentro que nos obrigue a distinguir as diferenças. afinal, nunca crescemos assim tanto, nem o suficiente, para dispensarmos quem olhe por nós.
vez mais cínicos nesta "primavera de destroços". adiamos o futuro com a desculpa de um último cigarro e tudo o que queremos é uma história igual à que sempre tivémos. depois de tudo isto, há um elevador, daqueles antigos, de porta de correr manual. e a claustrofobia de pararmos entre dois andares e de haver um espelho lá dentro que nos obrigue a distinguir as diferenças. afinal, nunca crescemos assim tanto, nem o suficiente, para dispensarmos quem olhe por nós.
sábado, abril 21, 2007
Quebrar em caso de emergência
Tributo a Joni Mitchell
Quero lá saber que a crítica especialista na matéria diga muito mal do disco! Quanto a mim, acho que me vai preencher muitas horas desta primavera. E "Case of you", cantada por Prince, é das melhores versões que já ouvi...
1. FREE MAN IN PARIS - Sufjan Stevens
2. THE BOHO DANCE - Bjork
3. DREAMLAND - Caetano Veloso
4. DON'T INTERRUPT THE SORROW - Brad Mehldau
5. FOR THE ROSES - Cassandra Wilson
6. A CASE OF YOU - Prince
7. BLUE - Sarah McLachlan
8. LADIES OF THE CANYON - Annie Lennox
9. MAGDALENA LAUNDRIES - Emmylou Harris
10. EDITH AND THE KINGPIN - Elvis Costello
11. HELP ME - k.d. lang
12. RIVER - James Taylor
Quero lá saber que a crítica especialista na matéria diga muito mal do disco! Quanto a mim, acho que me vai preencher muitas horas desta primavera. E "Case of you", cantada por Prince, é das melhores versões que já ouvi...
1. FREE MAN IN PARIS - Sufjan Stevens
2. THE BOHO DANCE - Bjork
3. DREAMLAND - Caetano Veloso
4. DON'T INTERRUPT THE SORROW - Brad Mehldau
5. FOR THE ROSES - Cassandra Wilson
6. A CASE OF YOU - Prince
7. BLUE - Sarah McLachlan
8. LADIES OF THE CANYON - Annie Lennox
9. MAGDALENA LAUNDRIES - Emmylou Harris
10. EDITH AND THE KINGPIN - Elvis Costello
11. HELP ME - k.d. lang
12. RIVER - James Taylor
faltam ... dias para o abraço!
petit prince
imagino-te a 4000 metros de altitude. neve e nuvens. morde-as! arranca-lhes um pedaço. guarda no bolso. protege-as do controlo da alfândega. traz-me, nem que seja uma lasca,desse instante, aí, rodeado de azul e branco, onde dizes tudo ser tão simples. e se aí é, é porque nunca deixou de o ser!
sexta-feira, abril 20, 2007
She Doesn't Live Here Anymore
I hear your voice
I touch your hair
I see the traces
Everywhere
This house of ours
We used to share
My dream has turned
To nightmare
I sleep no more
I dream no more
There's nothing here
To wake up for
I talk no more
I sing no more
Don't function like
I did before
Because she doesn't live here anymore
She hardly calls at all
Now when she's gone I find myself lost
Staring at the wall
I drink again
I smoke again
There's no one here
To call my friend
I swear again
I'm mad again
So troubled since
I don't know when
Because she doesn't live here anymore
She hardly calls at all
Now when she's gone I find myself lost
Staring at the wall
She doesn't live here anymore
She hardly calls at all
Since she's been gone there's nobody here
To catch me when I fall
Jay-Jay Johanson, The Long Term Physical Effects Are Not Yet Known
São desconhecidos ainda os efeitos físicos secundários da exposição prolongada ao álbum do Jay-Jay. No entanto, eu quero correr o risco. Hoje duas canções apenas, numa passagem fugaz pela Fnac de Sta Catarina. Voz e piano. Simples. Belo. Fala com a mesma voz com que canta. E fica-lhe bem o preto e branco. Tal como nas fotos.
Replay, please!
quinta-feira, abril 19, 2007
feels like home...
az
só alguns privilegiados têm direito a cortinas com patinhos. faz-me lembrar a porta de entrada de uma casa de aldeia. realmente, tem tudo a ver comigo...
de olhar os objectos
Não será o mundo como as palavras que o dizem
tão raro abrasar-te as mãos dizendo eu sol
tão breve a sombra de um momento de árvore
no interstício das letras onde nos sobrevoa
o rouxinol
O mundo
os objectos,
a coisa que nos resiste
à mão
não se mede à medida da palavra
mas é por ela fluída
que os nossos dedos largos de tocar
lhe desenham a forma e o
horizonte débil
Não será o mundo como as palavras que o contam
mas é pela linha sinuosa em cada letra
que o mundo se acende
ao nosso olhar
Rita Taborda Duarte, experiências descritivas
tão raro abrasar-te as mãos dizendo eu sol
tão breve a sombra de um momento de árvore
no interstício das letras onde nos sobrevoa
o rouxinol
O mundo
os objectos,
a coisa que nos resiste
à mão
não se mede à medida da palavra
mas é por ela fluída
que os nossos dedos largos de tocar
lhe desenham a forma e o
horizonte débil
Não será o mundo como as palavras que o contam
mas é pela linha sinuosa em cada letra
que o mundo se acende
ao nosso olhar
Rita Taborda Duarte, experiências descritivas
quarta-feira, abril 18, 2007
no rosto das mãos nada reflecte
do mar apenas um lento murmúrio
esta é uma tarde de passos abandonados pela casa
cortinas baixas sombras recalcadas nas paredes brancas
livros de páginas amarrotadas de palavras carcomidas pela ânsia
nem os pés descalçam o fundo das águas
nada se levanta do corpo
pudesse eu um sorriso
Az
do mar apenas um lento murmúrio
esta é uma tarde de passos abandonados pela casa
cortinas baixas sombras recalcadas nas paredes brancas
livros de páginas amarrotadas de palavras carcomidas pela ânsia
nem os pés descalçam o fundo das águas
nada se levanta do corpo
pudesse eu um sorriso
Az
terça-feira, abril 17, 2007
não posso escrever o beijo
às vezes não sei o que dizer e fico com as palavras
olho só
para ti, lá fora
para o teu cabelo em equilíbrio quando atravessas a estrada
no jeito sinuoso de quem vence o vento
ou quando no estado terno do teu sono te encontro no meu peito
às vezes há coisas que nunca digo e espero que não morram
como se dizê-las fosse quebrá-las, roubar-lhes magnificência
há coisas que não digo, mas nunca esqueço:
a casa são as tuas mãos, a tua mão sobre a minha mão
os teus olhos a chamarem-me, o teu sorriso a invadir-me
perguntas em que penso e eu digo penso em nada
como se o nada cobrisse a mente e o pensamento de quem ama
como se o nada fosse maior do que o nada em que o mundo se torna
não quero dizer
não quero dizer todas as imagens
ou todos os tons da tua voz que ainda não sei como escrever
não sei escrever as tuas mãos
não posso escrever as tuas mãos
não posso escrever o beijo
Tânia Serra, guardado
daqui
olho só
para ti, lá fora
para o teu cabelo em equilíbrio quando atravessas a estrada
no jeito sinuoso de quem vence o vento
ou quando no estado terno do teu sono te encontro no meu peito
às vezes há coisas que nunca digo e espero que não morram
como se dizê-las fosse quebrá-las, roubar-lhes magnificência
há coisas que não digo, mas nunca esqueço:
a casa são as tuas mãos, a tua mão sobre a minha mão
os teus olhos a chamarem-me, o teu sorriso a invadir-me
perguntas em que penso e eu digo penso em nada
como se o nada cobrisse a mente e o pensamento de quem ama
como se o nada fosse maior do que o nada em que o mundo se torna
não quero dizer
não quero dizer todas as imagens
ou todos os tons da tua voz que ainda não sei como escrever
não sei escrever as tuas mãos
não posso escrever as tuas mãos
não posso escrever o beijo
Tânia Serra, guardado
daqui
segunda-feira, abril 16, 2007
Regresso
Tori Amos tem um novo álbum. american doll posse é o nome. maio, o mês. o alinhamento:
Yo George
Big Wheel
Bouncing off Clouds
Teenage Hustling
Digital Ghost
You Can Bring Your Dog
Mr. Bad Man
Fat Slut
Girl Disappearing
Secret Spell
Devils and Gods
Body and Soul
Father's Son
Programmable Soda
Code Red
Roosterspur Bridge
Beauty of Speed
Almost Rosey
Velvet Revolution
Dark Side of the Sun
Posse Bonus
Smokey Joe
Dragon
Tori Amos está de volta com tudo aquilo que a caracteriza: os traumas, a rebeldia,a desmultiplicação do eu, a excentricidade...
Já ouvi, aqui e ali, alguma coisa. E, sinceramente, não sei se vou gostar, musicalmente falando.
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Yo George
Big Wheel
Bouncing off Clouds
Teenage Hustling
Digital Ghost
You Can Bring Your Dog
Mr. Bad Man
Fat Slut
Girl Disappearing
Secret Spell
Devils and Gods
Body and Soul
Father's Son
Programmable Soda
Code Red
Roosterspur Bridge
Beauty of Speed
Almost Rosey
Velvet Revolution
Dark Side of the Sun
Posse Bonus
Smokey Joe
Dragon
Tori Amos está de volta com tudo aquilo que a caracteriza: os traumas, a rebeldia,a desmultiplicação do eu, a excentricidade...
Já ouvi, aqui e ali, alguma coisa. E, sinceramente, não sei se vou gostar, musicalmente falando.
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Az
preciso de um pretexto para deixar a cidade e partir
Az
já me descalcei do nevoeiro das manhãs
e arranquei dos telhados os últimos vôos sobre o rio
Az
assim que puderes larga-me no apeadeiro mais próximo
tira-me do pulso o relógio parado e leva-o contigo
abandona-o numa mesa de café a marcar o tempo que já não existe
não havia necessidade...
S. e L. eram numa manhã de chuva duas personagens de um filme que nunca escrevi. Apaguei-as completamente da memória. Os computadores são animais perigosos. Guardam tudo. Remoem, remoem. E depois, do nada, regurgitam, assim, umas coisas estranhas, que já não reconhecemos como nossas. Os computadores são insuportavelmente pouco selectivos.
Mas talvez não seja mau de todo. Para além da S. e da L. encontrei um M. e uma J. com quem já simpatizo mais. Ou talvez simpatize apenas com aquela parte do diálogo em que um diz ao outro: o mundo é demasiado pequeno para que não nos voltemos a encontrar. Hum...Não, lido e relido, do que eu gosto é da imagem real que isso me traz à memória, antes do mundo ter ficado demasiado grande...
Ah! encontrei também um banco de jardim.
Era tarde. Havia pingos de chuva. Regressava-se a casa. E Lisboa estava perto do rio.
Hei-de lá voltar.
Az
Por hoje chega de descobertas assustadoras na memória do meu computador...
Mas talvez não seja mau de todo. Para além da S. e da L. encontrei um M. e uma J. com quem já simpatizo mais. Ou talvez simpatize apenas com aquela parte do diálogo em que um diz ao outro: o mundo é demasiado pequeno para que não nos voltemos a encontrar. Hum...Não, lido e relido, do que eu gosto é da imagem real que isso me traz à memória, antes do mundo ter ficado demasiado grande...
Ah! encontrei também um banco de jardim.
Era tarde. Havia pingos de chuva. Regressava-se a casa. E Lisboa estava perto do rio.
Hei-de lá voltar.
Az
Por hoje chega de descobertas assustadoras na memória do meu computador...
sexta-feira, abril 13, 2007
quinta-feira, abril 12, 2007
terça-feira, abril 10, 2007
segunda-feira, abril 09, 2007
à espera que o namoro chegue*
az
gosto de ver casais de cinquenta anos de mãos dadas.
e quando um pergunta: que horas são? o outro responde: ainda é cedo. sem olhar para o relógio. fiquei a pensar nisto.como é que se chega lá?
*não esperava ninguém.apenas a passagem do tempo por entre as fotos. mas houve quem pensasse que sim e o comentasse desta forma tão genuína.
sexta-feira, abril 06, 2007
true colours
ofereceram-me um filtro que distorce cores mediante a luz. agora tenho mais uma rede para filtrar o olhar da lente sobre as paisagens. thanks!
Az
Az
quinta-feira, abril 05, 2007
vésperas
ainda não há camélias floridas na varanda. mas há vizinhos que, do outro lado da rua, esticam cadeiras ao sol e, alinhados, entretêem-se a olhar a rua, o céu e os meus gatos,que espreitam por entre as cortinas improvisadas. quase que os oiço rir. o porto é tão pequeno que julgo conhece-los, pelo menos de vista.
sento-me para escrever. avanço em minutos o que me faltou avançar em anos. os gatos não resistem e rondam-me. sentam-se em cima dos cadernos, dos papéis de notas... um acaba por adormecer no meu colo. o outro senta a traseira num caderno enquanto debruça o peito sobre o meu braço esquerdo. limita-me os movimentos. não pode estar confortável mas adormece. os lembretes do telemóvel tocam. há recados da tarde para tratar na rua. e, nisto, o céu já tem mais nuvens que azul e anseio pelo regresso do sol. atenta à letra da canção na altura errada: take me home, take me home*. ninguém me trouxe. encontrei-a.
já passa das duas da tarde e ainda não me descalcei do pijama. faz-me lembrar aquelas tardes de sábado em casa dos meus pais. também me arrastava de pijama até não poder mais. espreguiçava-me em leituras atrasadas para algum teste, ou em relatórios chatos de trabalho. e escrevia e ouvia música. e podia ser véspera de páscoa e haver borrego em fila de espera para entrar no forno. haveria, de certeza, arroz doce.
e porque a gata me adivinha, sobe-me para as costas, e despenteia-me o cabelo. não penses mais nisso. senta-se no teclado. não escrevas mais nada. e o sol regressa à rua. e talvez seja uma boa hora para eu me desenvencilhar do pijama, dos óculos, do computador e do ronronar dos gatos e ir, por aí. sem pensar no borrego que não vou assar, nem no arroz doce que não vou provar.
whoever seeks me finds me**.
petit prince, que tal fazermos a nossa páscoa via skype?????!!!
*maximilian hecker, flower four
**kaada, mainstreaming
sento-me para escrever. avanço em minutos o que me faltou avançar em anos. os gatos não resistem e rondam-me. sentam-se em cima dos cadernos, dos papéis de notas... um acaba por adormecer no meu colo. o outro senta a traseira num caderno enquanto debruça o peito sobre o meu braço esquerdo. limita-me os movimentos. não pode estar confortável mas adormece. os lembretes do telemóvel tocam. há recados da tarde para tratar na rua. e, nisto, o céu já tem mais nuvens que azul e anseio pelo regresso do sol. atenta à letra da canção na altura errada: take me home, take me home*. ninguém me trouxe. encontrei-a.
já passa das duas da tarde e ainda não me descalcei do pijama. faz-me lembrar aquelas tardes de sábado em casa dos meus pais. também me arrastava de pijama até não poder mais. espreguiçava-me em leituras atrasadas para algum teste, ou em relatórios chatos de trabalho. e escrevia e ouvia música. e podia ser véspera de páscoa e haver borrego em fila de espera para entrar no forno. haveria, de certeza, arroz doce.
e porque a gata me adivinha, sobe-me para as costas, e despenteia-me o cabelo. não penses mais nisso. senta-se no teclado. não escrevas mais nada. e o sol regressa à rua. e talvez seja uma boa hora para eu me desenvencilhar do pijama, dos óculos, do computador e do ronronar dos gatos e ir, por aí. sem pensar no borrego que não vou assar, nem no arroz doce que não vou provar.
whoever seeks me finds me**.
petit prince, que tal fazermos a nossa páscoa via skype?????!!!
*maximilian hecker, flower four
**kaada, mainstreaming
da procura do amor
revelas-te em cada linha que escreves. puxo uma cadeira, agarro num cigarro, provo do vinho e sento-me para falar contigo. no fundo, não faço mais do que te pedir emprestadas algumas palavras. vou-te encontrando aqui e ali, e em hiroshima .
já apaguei as paredes de tanto te procurar
o lume ainda queima, sabes?
acendo os olhos uma e outra vez
e tu não estás
e se te encontro, tu não estás
e se te toco, tu não estás
por detrás de que sonhos te escondes?
por meio de que palavras me consomes?
não me prendo mais
desato-me em nós
fujo
agarro-me
e se te encontro, não estás
fecho a porta
calço os sapatos vermelhos
e tu não estás
acreditas que me esqueço do meu nome?
lembra-mo se o souberes de verdade
já apaguei as paredes de tanto te procurar
e o lume ainda queima
mas não vou arder
de papel não sou
e se me encontras,
não sei já por onde vou
mas se te estiver a incomodar
por favor
diz
Az
Hiroshima mon amour: Alain Resnais. Segunda Guerra. Amor. Japão. Marguerite Duras. França. She.He.
já apaguei as paredes de tanto te procurar
o lume ainda queima, sabes?
acendo os olhos uma e outra vez
e tu não estás
e se te encontro, tu não estás
e se te toco, tu não estás
por detrás de que sonhos te escondes?
por meio de que palavras me consomes?
não me prendo mais
desato-me em nós
fujo
agarro-me
e se te encontro, não estás
fecho a porta
calço os sapatos vermelhos
e tu não estás
acreditas que me esqueço do meu nome?
lembra-mo se o souberes de verdade
já apaguei as paredes de tanto te procurar
e o lume ainda queima
mas não vou arder
de papel não sou
e se me encontras,
não sei já por onde vou
mas se te estiver a incomodar
por favor
diz
Az
Hiroshima mon amour: Alain Resnais. Segunda Guerra. Amor. Japão. Marguerite Duras. França. She.He.
quarta-feira, abril 04, 2007
do que permanece
continuando os poemas para os amigos, este é para o objecto permanente*
*objecto: No contexto dos estudos académicos, objecto é o assunto ou tema de estudo ao qual será aplicado determinado método de análise.Dentro da terminologia das linguagens de programação, um objecto passa a existir a partir de um 'molde'. Este 'molde', definido como classe do objecto, define os limites, seus atributos e suas funções. wikipédia
p.s. - não é obrigatório que gostem. que comentem. ou que se revejam.
anseio por aquela hora do dia
em que me posso deitar na relva -
mesmo se molhada -
e ficar a pendurar anéis de fumo
nos ramos das árvores que fotografo
vistos daqui
bem podiam ser os teus dedos
ou os poemas que escrevo só de pensar-te
agora
se deixasses
espreitava-te pelo buraco tosco
de um tronco
ou levava-te pela mão
para dentro do meu jardim
em que me posso deitar na relva -
mesmo se molhada -
e ficar a pendurar anéis de fumo
nos ramos das árvores que fotografo
vistos daqui
bem podiam ser os teus dedos
ou os poemas que escrevo só de pensar-te
agora
se deixasses
espreitava-te pelo buraco tosco
de um tronco
ou levava-te pela mão
para dentro do meu jardim
Az
*objecto: No contexto dos estudos académicos, objecto é o assunto ou tema de estudo ao qual será aplicado determinado método de análise.Dentro da terminologia das linguagens de programação, um objecto passa a existir a partir de um 'molde'. Este 'molde', definido como classe do objecto, define os limites, seus atributos e suas funções. wikipédia
p.s. - não é obrigatório que gostem. que comentem. ou que se revejam.
terça-feira, abril 03, 2007
perdidos e achados
Az
nunca me passou pela cabeça que um endredon pudesse fazer parte da lista de objectos dos perdidos e achados.
crescem magnólias na bruma
para a magnólia, porque também faz todo
o sentido esta amizade de mais de uma década
é preciso acreditar no vento
e deixar que ele seja voz tremida
a equilibrar-se nos ramos que rompem
do peito
ergue-te agora em uníssono nevoeiro
sobre os telhados
e entardece um pouco mais
deixa que as mãos fiquem frias
e os pés descalços sem tocarem a relva
molhada
talvez uma ou outra ave te venha falar ao ouvido
talvez venha beber da loucura dessas paisagens
que desalinhas com o olhar
insisto: o nevoeiro faz todo o sentido
e se chamar por ti
entra
sem pressa de fuga
haverá sempre outra mão
algures
à espera do contorno da tua
e de tempo para desenlaçar sóis por entre
os fios do amanhecer
em dias de chuva também sou capaz de pensar
que do que se toca
tão pouco
ou nada
é já capaz de nos
espantar
az
magnólia: a ciência botânica tem um interesse especial pelas magnólias, por apresentarem estruturas reprodutivas e anatomicas que se acredita serem extremamente primitivas em relação a todas as outras flores. (Wikipédia)
segunda-feira, abril 02, 2007
Az
A mary da mary secrets faz-me lembrar o gato manel. Porta-se melhor do que a minha teresa que gosta de arriscar umas lambidelas em prato alheio...
Por falar em gatos, hoje os meus adormeceram à margem da minha insónia...
Uma visita pseudo-matinal ao Museu Soares dos Reis. Cafetaria com olhar voltado para jardim e céu azul. Sol pousado na chávena do café. A primavera fria, ainda assim. Esperar o atraso dos outros. O tempo contado, a esgotar-se.
Az, vista para o jardim interior do museu Soares dos Reis
Gostei do que vi no interior do museu. Tive pena de não ter conseguido apreciar as esculturas de Soares dos Reis mas a minha fobia a estátuas assim o determinou.
Gostei do que vi das janelas. Mais ainda. E voltarei lá por causa disso. Das janelas que pintam relva, árvores e céu azul em primaveras frias para se misturarem no açúcar do café pseudo-matinal, enquanto se espera pelo atraso dos outros, mesmo quando não se é pontual.
Az, vista para o jardim interior do museu Soares dos Reis
Gostei do que vi no interior do museu. Tive pena de não ter conseguido apreciar as esculturas de Soares dos Reis mas a minha fobia a estátuas assim o determinou.
Gostei do que vi das janelas. Mais ainda. E voltarei lá por causa disso. Das janelas que pintam relva, árvores e céu azul em primaveras frias para se misturarem no açúcar do café pseudo-matinal, enquanto se espera pelo atraso dos outros, mesmo quando não se é pontual.
domingo, abril 01, 2007
domingos de tédio
acabei de fumar o primeiro cigarro do dia. parece que bebi três copos de vinho alentejano e me perco agora na planície. e isto tem tanto interesse como a conversa sobre orgasmos que vem de uma das mesas. barrita de arroz integral special form marca dia. consumir de preferência antes de 05.03.08. espanta-me o meu sentido de humor. consegue ser pior do que a poesia que tenho a mania que escrevo. é domingo. e estou a desmaiar de tédio. vou ver se não me esqueço de passar outro domingo assim. já mudei de música, por via das dúvidas. mas "there's no other way". os Blur adivinham-me. e lembro-me do pedaço de papel que no outro dia tinha em cima da cama, onde, há meses atrás, apontara uma deixa de um filme: a única segunda oportunidade que temos na vida é a de cometer o mesmo erro.
acho que o acaso se encarregou de mo trazer de volta, ainda assim eu não me tivesse esquecido...
acho que o acaso se encarregou de mo trazer de volta, ainda assim eu não me tivesse esquecido...
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About me:
- ana c.
- a entropia é a minha religião. alterno a leitura da bíblia com a interpretação de mapas e mãos. bebo, preferencialmente, azul. tenho, ainda, o hábito de escrever cartas_
Sopra-me ao ouvido:
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